“Sobre a terra onde nasci pouso os pés devagarinho…” é o título de um livro de Ana Elvira Poiares Maduro que foi apresentado no Colmeal (Mira) no dia 27 de outubro.
Presentes amigos e familiares, bem como Artur Fresco, presidente da edilidade mirense, Tiago Cruz, vice-presidente da mesma autarquia, Adriana Sousa, vereadora, e Helena Teodósio, presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, e Pedro Cardoso, vice-presidente da mesma edilidade.
Também presentes Raul Almeida, presidente da Turismo Centro de Portugal, e Fernando Regateiro, antigo presidente da Assembleia Municipal de Mira.
A obra, que se divide em duas partes, a primeira, como refere a autora, “pelo gosto de satisfazer o desejo da minha sogra, Arminda Pessoa Maduro, na divulgação dos seus versos” e a segunda, continua, “para conhecer e dar a conhecer, a todas as pessoas de Mira e no geral de toda a região da Gândara, a longa história geográfica e geológica que explica os mistérios e riquezas escondidas que a Natureza da sua Terra encerra.”
Vítor Milheirão e Madalena Larcher fizeram a apresentação do livro e da autora.
Ao Jornal da Gândara, os filhos de Ana Elvira Poiares Maduro, Ana, Miguel e Pedro deram a sua opinião.
Ana Poiares Maduro Cid Gonçalves disse que “é uma enorme alegria de toda a família perceber que permanece em nós, em todos, através da minha mãe, o desejo de continuar esta ligação, que nós sentimos muito grande, à nossa história, à história da nossa família, que se cruza com estas terras. Portanto, é uma alegria enorme para nós ter tido oportunidade de ver e conhecer melhor, através da minha mãe, a história da família, mas, também, destas terras de Mira e das terras da Gândara.”
Continuando, frisou que “as pessoas de Mira dizem – me muito” pois, acrescenta, “fui nascer a Coimbra, vivi na altura na Praia de Mira, todos os verões eram passados aqui, temos aqui a história da nossa infância que se cruza com a história de Mira, a nossa infância foi passada aqui com os nossos avós, com as nossas tias e com a nossa família” e este regresso leva-a” às recordações das festas e das procissões, da vivencia das festas do Natal e da Páscoa.”
Miguel Poiares Maduro frisou que “acima de tudo este livro representa um exemplo da dedicação e do amor que se deve ter em família e este livro, em primeiro lugar, é a expressão de um sentimento muito forte da minha mãe em relação à sua sogra, concretizando um dos sonhos da minha avó, que era de ter publicado os seus versos e de, através da publicação desses versos, falar da minha avó e do que era ser mulher a viver naquele período histórico. Mas, também, às nossas origens, à terra de onde se parte e onde permanecemos para sempre ligados e o que forma a nossa identidade.”
Continuando, referiu que “este livro é também a expressão de um amor profundo que a minha mãe tem pelas terras da Gândara, por Cantanhede, por Mira. Pelo lugar onde nasceu, mas também pelo lugar onde constituiu a sua vida e, para a qual, permanece e permanecerá sempre ligada e com um afeto profundo que esse livro testemunha e, ao mesmo tempo, alimenta ao tratar, de forma histórica, a identidade destas terras.”
A terminar, Miguel Poiares Maduro sublinhou que “toda a união da família é fundamental, todos nós devemos ter consciência disso, e essa união vai-se construindo, vai-se consolidando, com estes gestos quotidianos, alguns deles simples, de não nos esquecermos de telefonas às pessoas que nos são próximas, aos nossos familiares, de os visitar, de estar com eles ou com gestos, um pouco mais grandiosos, como este e através de um livro manifestar esse amor e essa intimidade dentro da família.”
Pedro Poiares Maduro disse-nos sentir “um enorme orgulho por ver uma mãe, já com 86 anos, ainda conseguir ter esta capacidade para fazer esta obra, pela homenagem que faz à sogra e ao meu pai, indiretamente, e a alegria que ela demonstrou hoje em receber tantas pessoas simpáticas que compareceram nesta apresentação.”
Terminou dizendo estar “honrado” como filho “frisou que “isto que aqui foi feito hoje, também é uma homenagem a Mira” é lembrar “esta ligação histórica da família com a terra de Mira que continua a ser, para a família Poiares Maduro, uma ligação muito emocional e de muitas memórias.”
Raul Almeida, que esteve ali mais “pela amizade” do que pelo cargo que ocupa, no turismo regional, disse que “obviamente, um livro com esta intensidade, nomeadamente sobre Mira, sobre a história de Mira, sobre a geografia e a região geopolítica do passado é sempre importante, é mais um documento de conteúdo científico muito importante para o nosso concelho e para a nossa biblioteca.” Sublinhou, depois, o seu contentamento por “este documento histórico que retrata muto daquilo que é a nossa história, de Mira e da Gândara.”
O presidente da edilidade mirense, Artur Fresco frisou “ter a dizer duas coisas simples e separadas. Primeiro, quem escreve um livro dá-se a conhecer, mostra-se, fica disposto à critica. Tudo o que fica ali registado, será consultado, e pode, obviamente, ficar à mercê do que quiserem manifestar as opiniões sobre o que está representado na obra. Portanto, dar à Dra. Ana, neste caso, os meus parabéns por ter tido a coragem de registar uma obra que fica. Em segundo lugar, para Mira tem significado imenso, com as explicações que foram feitas sobre a obra, que tem duas partes distintas, uma parte virada para a poesia e outra mais histórica em prosa, fiquei muito curioso em ler para perceber este registo que vem de séculos e séculos atrás. Portanto, é um registo histórico sobre os povos que viveram neste território e sobre Mira que, também, está registada neste livro. Um estudo que é feito sobre Mira, em várias vertentes. Estou em crer que, para Mira, é importantíssimo que fique um registo escrito sobre a nossa antiguidade.”
O autarca referiu, ainda, que “para o concelho de Mira, este é um passo importante, importantíssimo, não só pela ligação familiar e o nome que os Poiares Maduro deixam em Mira, além de todo o património, o concelho fica mais enriquecido com esta obra que agora é editada.”
Resta referir que a Casa do Colmeal, onde o livro foi apresentado, foi a casa onde Arminda Pessoa Maduro nasceu a 3 de junho de 1900.