Era presidente da edilidade mirense João Reigota quando foi a aprovação e era presidente Mário Maduro quando a obra foi licenciada. Um prédio com entrada, mas sem saída.
“Não percebo porque é que esta entrada não tem saída”, desabafa um cliente da unidade de saúde que se encontra no rés-do-chão deste prédio situado mesmo à beira da chamada “rotunda da farmácia”.
Nelson Maltez, atual presidente da Assembleia Municipal de Mira e antigo vice-presidente de Mário Maduro disse ao Jornal da Gândara que “aquele prédio está construído e a implantação dele foi negociada aquando da expropriação dos terrenos para a variante à vila e foi uma negociação tripartida entre a Estradas de Portugal, a Câmara Municipal de Mira e o proprietário. E, como tal, a Câmara teve de cumprir o que estava negociado.”
O antigo vereador refere ainda que “teoricamente, aquele prédio tem entrada pela frente e tem saída por trás. A saída é que não é muito conveniente.”
Continuando pergunta e responde: “E porque é que não se fez? Não se fez porque, na altura, fez-se o que foi negociado, cumpriu-se aquilo e ficámos por aí.” E sublinha que “a câmara, como já disse, tinha de cumprir o que estava negociado de boa-fé com o promotor.”
A finalizar, Nelson Maltez adianta que “se o licenciamento fosse noutras circunstâncias, se não houvesse aquele compromisso, se não houvesse aquela obrigatoriedade, obviamente o promotor teria de encontrar outra solução. Mais do que isto, não se pode dizer nada. Na altura, também fiquei admirado, o Engenheiro Cruz também andou a ver aquilo, a implantação foi acompanhada por ele e com rigor topográfico no desenho que existia na negociação, e assim se implantou o edifício.”
Carlos Saborano, responsável pelo condomínio do referido prédio, disse ao nosso jornal que “há muito tempo esse assunto da entrada já foi falado por nós na Câmara Municipal não se tendo chegado a nenhuma solução.”
Segundo fonte municipal devidamente identificada este é “um problema complexo que devia ter solução, mas não sei se há vontade para que isso aconteça. Tenho a sensação de que a solução não interessa a alguém. Deviam pensar todos que, a saída dos carros por onde entraram, é um perigo que pode originar acidentes.”