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“ROSTOS DA FAINA” RETRATA A VIDA DURA DOS PESCADORES DA ARTE XÁVEGA

CANTANHEDE

“Rostos da Faina” é o título da exposição de fotografia de Luís Oliveira Santos, que dá “cara” aos pescadores da Arte Xávega da Praia da Tocha. A mostra estará patente no Centro de Interpretação da Arte Xávega (CIAX), até ao final da época balnear.

Constituída por fotografias captadas pelo autor no verão de 2022, a exposição é o resultado do convívio de dois dias que manteve com os pescadores desta arte artesanal de pesca da Praia da Tocha. 

Presente na inauguração, a presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio, destacou a importância de se preservar e promover as marcas distintivas do concelho, como a arte xávega ou a casa gandaresa.

A autarca recordou, a propósito, o prémio atribuído recentemente ao Município de Cantanhede pela Comissão Europeia e a Europa Nostra, no âmbito do projeto de investigação da arte xávega, que através da transferência de conhecimento e saber-fazer, dá a conhecer práticas exemplares de salvaguarda de um dos últimos exemplos de pesca artesanal e sustentável na União Europeia.

Esta exposição é mais um contributo precioso para a divulgação da arte xávega e, por isso, merece todo o nosso apoio. Por tudo aquilo que representa do ponto de vista sociocultural, para além do seu valor enquanto atividade económica, a arte-xávega é património cultural do concelho e é também um ativo turístico que a Câmara Municipal quer continuar a potenciar e valorizar, até pelo que representa do ponto de vista da atratividade da Praia da Tocha. O que pode ser visto aqui no CIAX a partir de hoje enquadra-se nessa orientação de fundo”, afirmou a autarca, concluindo que “a exposição traduz a combinação perfeita do talento do autor com a expressividade daqueles que são os protagonistas, ou seja, os pescadores e a sua atividade”.

Perante uma plateia onde se destacavam alguns dos fotografados, Luís Oliveira Santos recordou o primeiro contacto com a comunidade piscatória. “Cheguei à Praia da Tocha num dia particularmente difícil para os pescadores, um dia em que tiveram graves problemas no mar, pelo que tive que esperar algum tempo para fotografar, o que só comecei a fazer dois dias depois e essa condicionante acabou por ser determinante para o resultado final. Procurei que não me vissem como um intruso e na verdade, depois de conviver com as pessoas, de as conhecer, o trabalho fluiu com muita naturalidade. Foram de uma enorme generosidade”, afirmou o fotógrafo, que agradeceu ao Município de Cantanhede “a oportunidade de efetuar esta exposição, que no fundo vem dar expressão ao trabalho árduo desta comunidade”.

Arquiteto de formação e mestre em Criação Artística Contemporânea e pós-graduado em Ensino de Artes Visuais, Luís Oliveira Santos esteve ligado a um projeto cinematográfico selecionado para o Prémio Sophia de Cinema, promovido pela Academia Portuguesa de Cinema, na categoria de melhor curta-metragem documental.

Na área da fotografia, tem realizado vários tipos de trabalhos, sendo o retrato a vertente com a qual mais se identifica. Colabora regularmente com a revista Volta ao Mundo, entre outras publicações, e o seu trabalho tem dado origem a várias exposições.

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