A exposição “Máscaras Rituais de Portugal – coleção de Roberto Afonso”, poderá ser visitada no Espaço Atrium Mira, a partir de 20 de janeiro de 2024.
Depois de ter sido apresentada publicamente na Mascararte – VIII Bienal da Máscara de Bragança – 2017, a coleção caminha já para o oitavo ano de itinerância ininterrupta, entre diversos espaços culturais de Portugal e Espanha, tendo passado pelo Centro Interpretativo da Máscara Ibérica (Lazarim-Lamego), Museu Etnográfico Provincial de León (Espanha), Ecomuseu de Barroso – Espaço Padre Fontes (Montalegre), Museu Municipal Armindo Teixeira Lopes (Mirandela), Museu do Ferro (Torre de Moncorvo), Casa das Artes e Ofícios (Mogadouro), Colégio Universitário (Zamora), Auditório Municipal (Freixo de Espada à Cinta), Museu da Terra de Miranda (Miranda do Douro) e Centro de Interpretação do Território (Sambade, Alfandega da Fé), Centro Cultural Solar dos Condes de Vinhais, Casa da Cultura de Vimioso, Centro Cultural de Vila Flor e Casa da Cultura de Melgaço, Museu da Música Mecânica (Pinhal Novo, Palmela) e Galeria Tomás Costa (Oliveira de Azeméis).
Em Portugal, as festas solsticiais de inverno com mascarados têm o seu início no dia 31 de outubro, em Cidões – Vinhais, com a Festa da Cabra e do Canhoto. Seguem-se as festas de dezembro, na sua maior parte dedicadas a Santo Estêvão, o protomártir do cristianismo e padroeiro dos rapazes, altura em que as máscaras assumem maior protagonismo, continuando durante o mês de janeiro e, depois, durante o Carnaval, nas quais se incluem o Entrudo das Aldeias de Xisto – Góis e o Entrudo dos Caretos da Lagoa – Mira, ambos no distrito de Coimbra, com este representado pela primeira vez na colecção através de uma Campina, a máscara típica usada pelos caretos.
As mascaradas culminam na Quarta-feira de Cinzas, com o Dia dos Diabos, data em que a Morte e os Diabos saem à rua na Edrosa (Vinhais), Vinhais e Bragança.
Fora deste período associado ao solstício de inverno, em Sobrado – Valongo (Porto), a Bugiada, a 24 de junho, representa a única festa de verão com mascarados em Portugal.
Compõe-se de cerca de 80 máscaras, assinadas por 49 artistas |artesãos, divulgando 41 festas com mascarados em Portugal – distritos de Bragança, Coimbra, Guarda, Porto, Viana do Castelo e Viseu –, ilustradas com textos que permitem o enquadramento de cada peça/festa.
Num conceito que rompe com a convencional exposição de máscaras, o conjunto das assemblages que o colecionador/investigador criou tem vindo a aumentar e apresenta-se, também, como um roteiro das mascaradas portuguesas, exibido cronologicamente, entre 31 de outubro e 24 de junho, conjugando vários acessórios, fragmentos de trajes ou utensílios usados pelos protagonistas das festas e associados a cada ritual representado.
Todo este espólio, profundamente ligado à cultura popular, que caracteriza e distingue as regiões representadas, resultou na publicação do livro “Máscaras Rituais de Portugal – coleção de Roberto Afonso”, editado, em março de 2019, pela Câmara Municipal de Bragança, no qual são apresentadas imagens de todas as composições presentes, então, na exposição, assim como os textos explicativos e identificativos de cada festa, máscara e respetivos artesãos/artistas.
Em dezembro de 2020 foi publicado o livro “Máscaras Rituais de Portugal – coleção de Roberto Afonso: Mascaradas Vinhaenses”, numa edição do Município de Vinhais e, em 2022 foi editado, pela Câmara Municipal de Vimioso, o livro “Máscaras Rituais de Portugal – coleção de Roberto Afonso: Entrudo de Santulhão (Vimioso).
A coleção de Roberto Afonso, investigador e colecionador que, desde 2014, assume a presidência da Assembleia Geral da Academia Ibérica da Máscara, estará patente ao público no espaço Atrium – Mira, entre 20 de janeiro e 13 de abril de 2024.