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MOSTRA GASTRONÓMICA DA REGIÃO DA GÂNDARA FOI ONTEM INAUGURADA NA PRAIA DE MIRA

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A Mostra Gastronómica da Região da Gândara, que decorre na Praia de Mira até dia 18 de setembro, foi inaugurada ontem.

Raul de Almeida, edil mirense, acompanhado por outras individualidades, inaugurou o certame isto depois dos discursos.

Luís Lavrador, chef e embaixador de Coimbra Capital da Gastronomia, frisou que “esta mostra na Praia de Mira vem numa altura ótima” e salientou o facto de “Mira não ter um produto, um ícone, que a represente” do ponto de vista gastronómico. “Não temos o leitão, nem o pastel de Tentúgal”, referiu o chef, “mas temos outros produtos”.

Este evento, salientou, “leva o nome da nossa gastronomia bem longe, a Cantanhede, a Coimbra, mas também mais longe, junto de outros territórios” pois esta é “uma mostra que vai para além das nossas fronteiras, para outros países.”

“Portanto”, continuou, “nós temos aqui um produto para atrair.” E terminou: “são os nossos produtos, são as nossas raízes, é a alma do nosso Povo que está aqui em cima das mesas.”

José Pedro Soares, da Rota da Bairrada, lembrou que a Praia de Mira “é uma praia para a qual eu caminho há mais de 40 anos e foi, sem dúvida, sempre a praia escolhida, nomeadamente, pelos habitantes de Anadia.”

“O concelho de Mira tem uma riqueza gastronómica que eu pude comprovar ao longo destes anos todos”, salientou. Depois, referiu “que o enoturismo é muito mais do que visitar produtores de vinho, é poder vir a esta mostra e ter a possibilidade de fazer a harmonização entre os produtos desta região e o vinho da Bairrada.”

Finalmente, José Pedro Soares comprometeu-se em apoiar “este e outros certames que possam ajudar a valorizar a nossa gastronomia e os nossos produtos endógenos.”

Francisco Reigota, presidente da Junta de Freguesia da Praia de Mira, destacou a realização deste evento “na minha freguesia” e salientou que “eu e os outros elementos da Junta de Freguesia associamo-nos desde a primeira hora e participamos ativamente no mesmo.”

O autarca frisou que “estes eventos de gastronomia dão dimensão e escala ao concelho e à freguesia da Praia de Mira.” E continuou: “estamos aqui numa região da Gândara que se afirma. Outrora, não era afirmada pela Gândara porque havia vergonha de dizer que éramos gandareses.”

“Hoje em dia, ninguém tem vergonha em afirmar a nossa região como a região da Gândara, mas, também, não devemos esquecer que somos irmãos e vizinhos da Bairrada”, adiantou Francisco Reigota.

O autarca fez referência à Praia de Mira “como a âncora, a base do concelho e de tudo o que nós podemos desenvolver, mas, não nos podemos esquecer que todo o resto do concelho é importante para o desenvolvimento” e frisou o peixe da Praia de Mira “como um produto a salientar” do, assim, de encontro à ideia de Luís Lavrador no sentido de Mira ter “um ícone” como aquele chef lhe chamou.

Francisco Reigota referiu que “afinal de contas, somos um concelho tão pequeno, se calhar o concelho mais pequeno dos 17 concelhos do distrito de Coimbra”, e frisou que “temos de ter outra dimensão, temos de pensar grande.” E o “pensar grande”, lembrou, “é dizermos que a Praia de Mira tem condições para se desenvolver, o concelho de Mira tem condições ímpares mas temos de olhar para uma região toda no seu todo e ter capacidade de trabalhar de mãos dadas.” Trabalhar de “mãos dadas”, salienta, “mas fazê-lo efetivamente e não trabalhar de mãos dadas à segunda e à terça, e à quarta e quinta já não trabalhar de mãos dadas.”

Raul de Almeida começou por lembrar que “devido à pandemia, estivemos dois anos sem fazer a mostra gastronómica, foram momentos difíceis que já ultrapassámos” e continuou, dizendo que “estamos aqui novamente, estamos de volta, para fazermos esta mostra, para convivermos e, também, para vivermos a nossa cultura, para vivermos a nossa gastronomia.”

Depois, além dos agradecimentos (nomeadamente, ao vereador Bruno Alcaide, à Junta de Freguesia da Praia de Mira, a todo o executivo da Câmara Municipal de Mira, aos restaurantes, à Confraria Nabos e Companhia e a todos os funcionários municipais), lançou um repto a Luís Lavrador desafiando-o “a juntar outros chefes gastronómicos do concelho, a fazer a tal mesa redonda” a fim de ser escolhido, reforçou, “o ícone dos nossos produtos.”

O presidente da edilidade mirense salientou que “a gastronomia representa para nós, para todos os concelhos, mas também para nós, um passo muito importante porque demonstra o que é a nossa cultura, demonstra o que é a nossa tradição e, hoje em dia, as pessoas, quando procuram um destino, procuram aquilo que se come nesses destinos e o que é que se podem gostar.”

“Torna-se importante mostrar as nossas potencialidades”, referiu ainda Raul de Almeida.

Este certame integra, além dos restaurantes aderentes e da Confraria Nabos e Companhia, diversos stands com artesanato, mel e outros produtos, e, um apelo para que, com as tampinhas, se ajude a pequena Larinha.

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