Batatas, nabos, vinho, pão, peixe frito, bacalhau, tremoços e outras iguarias marcaram presença na apresentação da segunda edição de “MIRA À MESA.”
Presentes neste evento, realizado hoje na feira de Portomar, esteve o presidente da edilidade Raul Almeida, bem como o vice-presidente Artur Fresco e os vereadores Madalena Santos, Bruno Alcaide e Tiago Cruz. O presidente da Junta de Freguesia de Mira, Carlos Costa, também esteve presente.
Bruno Alcaide começou por dizer que “na primeira edição tivemos uma adesão muito boa e este ano com mais dois restaurantes.”
Continuou dizendo que “são 20 restaurantes que vão estar connosco neste evento que vai decorrer nos dois fins de semana do mês de março” e “desde já, quero agradecer a todos os restaurantes por estarem connosco e estarem, muito bem, a representar a nossa gastronomia e a dar o sinal de que os nossos restaurantes, a nossa gastronomia, são ativos.” Adiantou que “a nossa gastronomia é uma gastronomia de qualidade, uma restauração de muita qualidade.”
Este ano, na sua 2ª edição, a “MIRA À MESA” tem “uma novidade”, diz Bruno Alcaide. Concretamente “vales de oferta, no valor de 10 euros, para todos aqueles que, nas redes sociais, partilharem este evento.” Nas diversas partilhas, acrescenta o vereador, “vão ganhar vales que depois vão poder descontar nos restaurantes aderentes e nas ementas que fazem parte deste evento e, desta forma, ajudar a potenciar a economia.”
“A COZINHA SIMPLES” DA MÃE GANDARESA
O chef Albano Lourenço começou por dizer que “falar aqui da mãe é sobretudo falar da mãe gandaresa e, nem a propósito, esta semana comemorou-se o Dia da Mulher. A mãe gandaresa era uma embaixadora da sua cozinha, uma cozinha simples, sóbria, sazonal. Simples porque se preparava facilmente com um ou dois produtos e um conduto. Por exemplo, batatas, couves e carne. Ou batatas com conhões. Ou mesmo broa com azeitonas.” O chef continuou dizendo que “era sóbria no modo de confeção, com poucos condimentos e sem qualquer adorno ou preocupação na apresentação. Nos dias de hoje diz-se que os olhos comem primeiro, antigamente nada disso se usava.”
E “era sazonal”, continuou, “estava sempre ligada a um ciclo produtivo: favas, feijão, couves, às trocas alimentares que se faziam, também, nas feiras antigas, ao abate dos animais.”
Albano Lourenço, autor de “Sabores de um Povo”, livro que escreveu com Manuel Castelhano, e que foi apresentado na Casa Gandaresa do Seixo a 24 de julho do ano passado, refere ainda que “desde há muito tempo que alimentava este sonho de trabalhar este pedaço de estória do Seixo e da Gândara a partir da cozinha. Neste contexto, soube que era na zona de Mira muito parecidas. Tinha a ver com a geografia, tinha a ver com o clima, tinha a ver com o sol, tinha a ver com a vontade dos homens de trabalhar a terra.”
“A cozinha é o palco onde se passa grande parte da vida, foi lá que despertei para a importância do cheiro e do gosto”, referiu Albano Lourenço que continuou lembrando que “foi lá que dei os primeiros passos de curiosidade a mexer nas panelas ao lado da minha mãe, a observar, a perguntar, a calcular a quantidade certa da água e do arroz, do sal e do tempero. Foi lá que fui ganhando o gosto pela arte.”
O chef continuou dizendo que “uma cozinha pobre, de comida simples, mas sempre saborosa e muito substancial” havia nas terras da Gândara.
Albano Lourenço deambulou, assim, conforme ouvimos a um feirante conhecedor, “pelas suas memórias, pela sua descoberta do saber e do sabor.”
“DINAMIZAR A ECONOMIA LOCAL” É PROPÓSITO DO EDIL MIRENSE
Raul Almeida referiu-se à “grande ideia” (dos seus colaboradores) de vir apresentar o evento na feira porque, referiu, “a feira é aquilo que, ao longo dos anos, décadas e centenas de anos, transmite tudo aquilo que é o comércio dos produtos locais, aquilo que nós escoamos da terra, que nós vamos buscar ao mar.”
“Aqui fazemos as nossas transações comerciais com esses produtos que, depois, vão parar à mesa”, continuou o presidente.
Sublinhou, depois, que “somos uma terra muito rica com os chefes que temos no concelho, nas equipas de futebol, seleções, nos melhores restaurantes, e queria agradecer-lhes porque tornam possível com a sua colaboração a elaboração de tudo isto.”
O edil mirense disse, depois, que “este evento tem três eixos principais. O primeiro é o facto de virmos aqui à feira, é o facto de também promovermos os nossos produtos locais, promovermos a nossa gastronomia, promovermos as nossas tradições e aquilo que está ligado com o nosso passado e também esse passado ajuda a divulgar o nosso território a divulgar Mira. Depois, uma segunda questão que trazemos aqui com o nosso evento é quebrar a sazonalidade. Nós temos aqui o turismo e o turismo é sazonal na nossa região e nós queremos com estes eventos é quebrar a sazonalidade e trazer pessoas a Mira fora da época alta, precisamente nesta altura, fim de Inverno, princípio de Primavera.”
A terminar, referiu que “o terceiro eixo essencial é dinamizar a economia local.”
19 RESTAURANTES E UMA CONFRARIA ADERIRAM AO EVENTO
Os aderentes a este evento são:
A CHAVE (Portomar), A COZINHA (Praia de Mira), A TABERNA DA VILA MARIA (Praia de Mira), CANADIAN STAR (Praia de Mira), CONTRAST BAR (Corticeiro de Baixo), KEEP CALM (Mira), LITUR (Portomar), MAR AZUL (Praia de Mira), MILÉNIO (Leitões), MORHUA (Praia de Mira), O PESCADOR (Praia de Mira), O SEIÇA (Lagoa), PÁTIO DO TABUINHAS (Praia de Mira), PEIXARIA NOSSO MAR (Portomar), PETISC’ART (Praia de Mira), PRAZO – MERCEARIA & CASA DE COMER (Barra), RESTAURANTE LILA (Praia de Mira), SABORES DA PRAIA (Praia de Mira), SALGÁBOCA (Praia de Mira) e CONFRARIA NABOS E COMPANHIA (Carapelhos).
Nesta apresentação da segunda edição de “MIRA À MESA”, que se realiza a 17, 18, 19, 24, 25 e 26 de março, ficou-se a saber, ainda, que Sardinha na Telha vai ser o prato que, gastronomicamente, vai identificar Mira fora de portas.