Teve lugar hoje, em Mira e nos Carapelhos, a comemoração dos 150+2 anos da Filarmónica da Ressurreição de Mira.
Em Mira, decorreu uma romagem ao cemitério, homenageando os músicos, diretores e sócios falecidos e uma missa solene na Igreja Matriz. À noite, nos Carapelhos, realizou-se um concerto da banda, seguido de um jantar comemorativo do aniversário.
Estivemos à conversa com a direção da banda sobre o seu aniversário e o papel que tem desempenhado no panorama musical da região.
Antes de mais, parabéns pelos 152 anos de vida. Como é fazer parte da História da música há tantos anos?
É um privilégio estar a celebrar 152 anos de vida de uma Associação, que está ao serviço de toda a comunidade de Mira. Esta é uma data importante: um século e meio de instituição, com muitas vivências e muita música.
Assinalar os 150 +2 anos da FRM, sendo um enorme privilégio, é igualmente uma enorme responsabilidade.
Comemoramos de um modo especial as vivências de todos aqueles que ao longo deste século e meio integraram esta instituição, a fizeram atravessar momentos bons e outros menos favoráveis, ultrapassando sempre todos os obstáculos e, evoluindo em dimensão e qualidade. Gratidão a todos os antigos maestros, dirigentes e músicos que fizeram a história desta filarmónica.
É mais do que clara a importância das filarmónicas na formação musical dos seus alunos. Já viu muitos voar alto?
Sim, as filarmónicas são escolas de música onde todos têm a oportunidade de aprender, não só a ler e tocar música, como também outros valores importantes para o crescimento das crianças e jovens, tais como, a responsabilidade, a resiliência e o saber estar em grupo, valores que hoje em dia são cada vez menos visíveis.
Na história da Filarmónica Ressurreição de Mira, já vimos muitos jovens dar continuidade ao percurso que iniciaram na nossa escola, na aprendizagem da música, até se tornarem bons músicos profissionais. Estes frequentaram os conservatórios e escolas superiores de música. Alguns, têm participado em vários concursos obtendo lugares de destaque. Estes mirenses fazem da música a sua vida, como profissão, quer em Portugal quer no estrangeiro.
Qual pensa ser o papel primordial da música na vida das pessoas que passam pela FRM?
Todas as pessoas que passam pela FRM deixam a sua marca e também levam consigo muitas aprendizagens. Além de tocar em conjunto, é também muito importante a parte social, daqui saem amizades para toda a vida.
Num país em que apenas 2% do Orçamento de Estado é dedicado à Cultura, como vê o futuro dos músicos?
O futuro dos músicos e das associações culturais será muito incerto e difícil, tal como tem sido anteriormente.
Esperamos sempre mais apoio para permitir levar por diante uma atividade tão importante para todas as gerações.
Que planos tem, a curto e a médio prazo, para a FRM?
A curto prazo, podemos anunciar que, no próximo dia 1 de dezembro, a Filarmónica Ressurreição de Mira irá representar o distrito de Coimbra, no Desfile de Bandas Filarmónicas em Lisboa, na Avenida da Liberdade. Este evento, que se realiza desde 2012, é transmitido em direto na RTP1, e faz parte das comemorações da Restauração da Independência de Portugal.
A nossa atividade no ensino e divulgação da música é permanente. Ao longo de todo o ano temos a nossa escola de música em funcionamento, e aberta a todos os que queiram aprender música. Todos os sábados estamos disponíveis na Casa da Música Manuel Anilde para receber novos alunos. Também convidamos todas as pessoas que já pertenceram à Filarmónica e que queiram voltar a tocar.
A FRM irá continuar a participar em diversas Festas e Romarias, por todo o país, bem como todas as atividades já planeadas, tais como, Encontro de Bandas, Cantar as Janeiras, Concerto de Natal, Audições da Escola de Música, Estágio de Banda e Direção, Workshops de instrumentos e outras.