Em tempos idos, antes da nacionalidade portuguesa, fazia-se a viagem entre São Romão, hoje concelho de Vagos, e Claraboi uma estrada de que hoje restam ainda alguns resíduos, algumas placas relacionadas
As fotos abaixo mostram o que se pode ainda ver relacionado com esse trajeto.
João Reigota, historiador, refere estarmos a falar “de coisas muito antigas” e frisa que “num documento de 1095, antes da nacionalidade portuguesa, já existia a povoação de São Romão e as pessoas deslocavam-se de São Romão, na zona do Rio Boco, levando moliço e outras coisas, e passavam pela Escumalha, hoje Vilamar, pelo Barracão, por Perboi, e iam por aí fora por uma estradinha que havia indo até ao moinho de Claraboi que é na zona da Fervença, no limite entre o que são hoje o concelho de Mira e o concelho de Cantanhede.”
E continuou dizendo que “hoje há referências ao longo deste percurso como o culto a São Romão no Barracão e tem a estrada de Perboi ou a fonte de Claraboi. O documento mais antigo, que se conhece sobre Mira, aliás, é um documento em que D. Raimundo e D. Urraca, que não dominavam estes territórios, estes territórios eram mais dominados pelos árabes na atura, quando se deslocaram uma vez a esta zona em 1095, numa altura em que os árabes estavam novamente a avançar, ele, D, Raimundo, entregou algumas terras a uns senhores locais, e entregou a um senhor chamado Zuleima Godinho as terras de Mira para ele as povoar, isto desde São Romão até à ponte de Claraboi ou moinho de Claraboi.”
O documento, diz João Reigota, “é claro porque pressupõe ainda anterioridade e mais antiguidade” adiantando que o documento diz “estas terras, que agora são dadas e confirmadas a Zuleima Godinho” mostra, frisa, “que ele já as tinha, ele já as possuía, anteriormente a esta data, só que, agora, passa a tê-las definitivamente.”
O historiador termina frisando que “esta zona é antiquíssima, remonta ao período anterior à nacionalidade portuguesa e é uma coisa muito interessante.”