O Festival Internacional de Dixieland regressa em 2022 a Cantanhede, 13 anos depois da última edição deste evento que durante seis anos teve uma projeção surpreendente, ao ponto de ter sido considerado um dos maiores e melhores certames do género na Europa.
Neste regresso, o evento tem um carácter mais abrangente ao decorrer nos territórios de Cantanhede, Figueira da Foz e Soure, no âmbito do “Happy Jazz – A Música que nos Une”, projeto multidisciplinar de carácter artístico-pedagógico e cultural que além de concertos e animação de rua, contempla atividades pedagógicas direcionadas para os agentes culturais dos três municípios, nomeadamente as bandas filarmónicas.
Sobre o Festival Internacional de Dixieland, a presidente da autarquia cantanhedense destaca “a forte atratividade de um evento que permanece bem vivo na memória de muita gente que vinha a Cantanhede assistir aos concertos de bandas de vários países e que culminava em ambiente apoteótico no grande desfile final com todas as bandas e inúmeros outros grupos de animação. Esse ambiente vai voltar à cidade na tarde do próximo domingo, 12 de junho, com a grande street parade de encerramento, depois de três dias intensos com mais de 60 concertos nos concelhos de Cantanhede, Figueira da Foz e Soure, o que, naturalmente, tende a reforçar a mobilização de públicos de toda a Região Centro e do país”, refere a autarca.
Helena Teodósio o enaltece “o valor e o alcance do “Happy Jazz – A Música que nos Une”, no quadro de uma parceria que, além da vertente festiva intrínseca ao Festival Internacional de Dixieland, incide na capacitação e revitalização da atividade dos agentes culturais e artísticos dos três concelhos, neste caso das bandas filarmónicas, que são 18. É um projeto que faz todo o sentido, pois trata-se de entidades que enfrentam desafios comuns, sem esquecer os benefícios decorrentes de ações multidisciplinares para as quais têm acesso a meios financeiros, repertório, referências artísticas, educativas, formativas e pedagógicas que concorrem para a consolidação do seu estatuto e da sua atividade”, sublinha.
Para a presidente da Câmara Municipal de Cantanhede “é também por esta via, através de ações integradas, que se promove o território e se reforça a coesão territorial, razão que me leva a aplaudir o trabalho que a CIM – Região de Coimbra e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro têm vindo a realizar com os projetos operacionalizados através de parcerias entre municípios”, conclui.
Nos termos do programa já divulgado, o Festival Internacional de Dixieland tem garantida a presença de grupos consagrados de jazz tradicional, nacionais e estrangeiros (oriundos de Espanha, Hungria e Suécia), que irão atuar nos municípios parceiros, bem como a participação de 18 agrupamentos formados no âmbito das 18 bandas filarmónicas envolvidas, estando agendados 61 concertos repartidos pelos municípios de Cantanhede, Figueira da Foz e Soure.
Na street parade, a 12 de junho, em Cantanhede, desfilarão os grupos de jazz, escolas de dança, bandas filarmónicas, associações, gigantones, entretainers, charretes, carros antigos, bicicletas e outros veículos, numa manifestação festiva que terá um envolvimento popular de expressiva dimensão.
BANDAS PARTICIPANTES
Dixieland
Mimo’s Dixie Band
The Mississippi Brass&Drums
Farra Fanfarra
Dixie Gang
Desbundixie
AFADixie
Seven Dixie
Jabardixie Jazz Band
Dixie Gringos
Budapeste Ragtime Band
Papa Piders Jazzband
Pixie&Dixie Band
Filarmónicas
Filarmónica dos Covões
Phylarmonica Ançanense
Filarmónica Marialva
Associação Musical da Pocariça
Sociedade Filarmónica Figueirense
Sociedade Filarmónica Paionense
Sociedade Filarmónica Santanense
Banda Filarmónica de Lares
Banda Filarmónica Maiorquense
Sociedade Boa União Alhadense
Sociedade Filarmónica Quiaense
Sociedade Musical e Recreativa do Alqueidão
Sociedade Artística Musical Carvalhense
Grupo Musical Gesteirense
Filarmónica 15 de Agosto Alfarelense
Sociedade Filarmónica R. B. Vilanovense
“Happy Jazz - a Música que nos Une” - um projeto, três municípios
O Happy Street Jazz – Festival Internacional de Dixieland resulta da candidatura do projeto designado “Happy Jazz – a Música que nos Une”, liderada pelo Município de Cantanhede – e da qual fazem parte também os municípios da Figueira da Foz e Soure -, que foi aprovada Comissão Diretiva do Programa Operacional Regional do Centro, no âmbito da Programação Cultural em Rede. A candidatura foi contemplada com um financiamento no valor total de 300 mil euros para as ações a desenvolver pelos três municípios.
Este evento, com grande enfoque numa pluralidade de realizações musicais, é de fácil apreensão e contribui ativamente para fomentar o acesso de novos públicos à cultura e para a eliminar discriminações, assimetrias económicas, sociais, culturais e territoriais, concedendo à música esse papel de harmonia e união entre os povos.
Entre as ações incluídas neste projeto intermunicipal destaca-se “O Jazz na Filarmónica”, ação formativa cujo principal objetivo foi capacitar e dotar os agentes culturais locais, nomeadamente as bandas filarmónicas, de conhecimentos que permitam desenvolvimento económico, social e patrimonial. Estas formações assumiram duas importantes vertentes, uma relacionada com a formação e outra com as performances em público, designadas por PandeMúsica.
Ainda no âmbito do projeto, foi comissionada ao músico, compositor e etnomusicólogo Hélder Bruno Martins, autor do livro Jazz em Portugal, uma sebenta teórica exclusiva, com conteúdos pertinentes para este contexto a ser disponibilizada a todos os participantes.
Assim nasceu o guião pedagógico “Jazz na Filarmónica”, que introduz os leitores e particularmente os formandos (elementos das 18 bandas filarmónicas de Cantanhede, Figueira da Foz e Soure), na história sumária do Jazz e da sua estreita articulação com estes agrupamentos musicais com grande expressão no nosso território e no país.
Numa ação conjunta entre os municípios parceiros, tendo em vista atuações intermunicipais e um estágio partilhado, foi concretizado o Ensemble Sinfónico, um grande agrupamento que contou com a participação de 90 músicos de 18 filarmónicas, que estiveram envolvidos numa criação coletiva que culminou com três concertos, nos quais partilharam o palco com Jacinta, a internacionalmente aclamada cantora de jazz.