Ontem, dia 27 de novembro, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários comemorou os seus 40 anos de vida que perfez exatamente a 6 de agosto.
Nesta jornada integrou-se o hastear das bandeiras no quartel, uma romagem ao cemitério, a receção às entidades oficiais, a cerimónia de promoções e condecorações em parada, a sessão solene, com tomada de posse do novo comandante e imposição de distinções honorificas e um almoço convívio.
Diversos “soldados da paz” foram distinguidos nesta iniciativa que contou com diversas intervenções.
Nelson Cadete, vice-presidente da assembleia geral da instituição, lembrou que a formação da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Mira em 1982 foi “um sonho de cidadãos desassossegados” e, referindo-se aos “Soldados da Paz” referiu que “o vosso trabalho não tem preço” e que existe sempre aqui “o mesmo arrojo, a mesma esperança para continuar.”
Aquele dirigente, ainda sublinhou que, dirigindo-se ao Corpo Ativo ali presente, “sois bombeiros de alma e coração.”
João Maduro, o novo comandante dos Bombeiros Voluntários de Mira lembrou Alice Maduro, João Cupido e Carlos Cunha “três amigos desta casa que partiram recentemente e que deram os seus contributos para os bombeiros.”
“Inicia-se hoje um novo ciclo para corpo dos Bombeiros Voluntários de Mira”, frisou o comandante que adiantou confiar “na competência de um conjunto de homens e mulheres que compõem este Corpo Ativo.”
João Maduro entregou à direção da associação “um projeto com objetivos bem definidos para os próximos cinco anos”, objetivos esses que assentam “numa visão lógica daquilo que entendo serem os desejos e as necessidades da instituição.”
“Motivação, disciplina, rigor e, simultaneamente, reforçar a confiança na estrutura”, prometeu o comandante.
Às diversas entidades, à Câmara Municipal de Mira, João Maduro pediu que “olhem para os bombeiros com confiança e que encarem os apoios à instituição como um instrumento de segurança dos cidadãos e não como um desperdício. A segurança das pessoas e bens devem estar sempre na ordem do dia.”
Por sua vez, Alda Leça, a presidente da direção, disse: “As minhas primeiras palavras vão para o agora Comandante João maduro. Em meu nome e em nome da Direção que aqui represento, felicito-o e desejo-lhe votos de completo sucesso no desempenho das suas funções.”
E continuou referindo-se ao momento como “um momento feliz por transmitir a estabilidade e serenidade necessárias.”
“Quero igualmente cumprimentar todos os que hoje receberam distinções honoríficas e condecorações confirmar-lhe os nossos parabéns. Estas distinções premeiam merecidamente a dedicação, disponibilidade e trabalho de todos. São o exemplo de determinação e perseverança”, frisou Alda Leça.
Maia à frente, Alda Leça referiu que “celebramos hoje mais um ano desde que um grupo de audazes Mirenses se uniu num objetivo comum e criou esta associação, pelo espírito de União de 1982, a nossa gratidão a todos:
Bombeiras e Bombeiros, Diretores, Comandantes, Sócios e outros benfeitores já falecidos. A nossa sentida homenagem, porque têm um peso na História pelo contributo à causa Humanitária.”
A presidente da associação que comemorou 40 anos de vida, sublinhou que “qualquer organização com esta idade de 40 anos, tem idade suficiente para ser experiente, mas tem também juventude para continuar a caminhada que se pretende seja de mais 40 e mais 40 e por aí adiante e hoje como há 40 anos atrás a missão que esteve na base da fundação desta Associação mantém-se inalterada na sua essência.”
“Os nossos sucessos de hoje são fruto do trabalho e empenho de todos aqueles que nos precederam, Bombeiros, Dirigentes, Sócios, Colaboradores e Amigos. Hoje é dia de comemorar e felicitar todos por estes 40 anos. Numa sociedade em que dizem haver uma certa primazia do individualismo, é com enorme orgulho e satisfação que vos digo que o voluntariado em Mira está bem vivo”, frisou Alda Leça.
Na continuação do seu discurso, esta dirigente disse que “sem os nossos Bombeiros, sem a sua entrega e disponibilidade constante, as nossas vidas não teriam a segurança que quase tomamos por garantida no nosso dia a dia. São eles a razão de hoje estarmos aqui. São eles o motor desta casa: Servir, proteger, prestar auxílio a quem dele necessita, garantir a segurança e proteção no Concelho. Fazem-no há 40 anos, e por este passado repleto de serviço público, de histórias de sucesso, estamos, orgulhosos deste nosso Corpo de Bombeiros, por fazerem da vontade de servir o próximo de forma altruísta, uma prioridade.”
Falar de uma direção que tomou posse há seis meses foi o mote para contar o que aconteceu e Alda Leça disse: “Esta Direção deparou-se com vários desafios que vai ultrapassando com mais ou menos dificuldade, mas como costumamos dizer “se fosse fácil não era para nós” e sabemos que o caminho que temos de percorrer é longo e muitos dos desafios são novos, mas nada é mais gratificante e nada define mais o nosso carácter do que a nossa entrega a uma tarefa difícil.”
“O nosso propósito”, continuou, “será sempre trazer bem-estar, inovação, e melhorias ao nosso Corpo Ativo e consequentemente á Associação e ao Concelho e pretendemos que este nosso Corpo Ativo seja motivado, feliz e entregue a uma causa tão nobre, com um Comando competente e com competências reconhecidas, com uma direção que trabalha em equipa e em total consonância com a área de Comando dando o seu melhor em prol desta Corporação. Pretendemos assim continuar. Estudamos, planeamos, propomo-nos fazer e concretizamos.”
“Tomamos decisões com os pés bem assentes na Terra, mas sem limites no nosso sonho. Apelamos á união de esforços para continuarmos a lembrar e comemorar datas futuras sempre ao serviço da população. E como estamos em Comemorações não podia deixar de felicitar e manifestar a nossa maior gratidão a todos que connosco colaboram, sempre prontos a ajudar das mais diversas maneiras”, referiu ainda a presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Mira.
Alda Leça e a restante direção, segundo um participante nesta iniciativa, “souberam bem receber quem se juntou neste dia para comemorar 40 anos dos nossos bombeiros.”
Ainda segundo um dos bombeiros que veio de Gois, “os Bombeiros Voluntários de Mira estão de parabéns e foi muito bom poder, aqui hoje, rever alguns amigos. Quero aproveitar para saudar estes camaradas bombeiros no seu todo, bem como os seus diretores.”
Também presentes neste evento estiveram Carlos Luís Tavares (comandante distrital de Coimbra da Proteção Civil), Vítor Machado (em representação da Liga dos Bombeiros), Christophe Pereira (comandante da GNR em Mira), Raul Almeida (Presidente da Câmara Municipal de Mira), Artur Fresco (vice-presidente da edilidade mirense), Tiago Cruz, Bruno Alcaide, Madalena Santos e Licínio Palhavã (vereadores), Nelson Maltez (presidente da Assembleia Municipal de Mira), Carla Santos, Rui Pedro Rocha e Francisco Reigota (presidentes das Juntas de Freguesia dos Carapelhos, do Seixo e da Praia de Mira, respetivamente), Edite Custódio (membro da Junta de Freguesia de Mira em representação da junta já que o presidente Carlos Costa esteve presente mas na sua qualidade de bombeiro), Fernando Rodrigues e Carlos Camarinha (antigos presidentes da associação) e Mário Rolo (o primeiro comandante destes bombeiros).
Em declarações ao Jornal da Gândara, Artur Fresco, vice-presidente da edilidade mirense, referiu que “ainda bem que alguém se dedicou a fundar uma associação como é a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Mira. Hoje, não conseguimos imaginar o nosso concelho sem a existência dos nossos Bombeiros. O bem maior e prioritário, que é a vida, tem sido inúmeras vezes salvaguardado por estes homens e mulheres. Incêndios, acidentes, assistência e transporte de doentes, catástrofes naturais, tais como cheias ou tempestades, são exemplos onde assistimos à disponibilidade, dedicação e entrega destes cidadãos, quantas vezes em prejuízo da sua vida particular, profissional, pessoal e familiar. Em 40 anos, muita coisa mudou a todos os níveis e, inevitavelmente, também na assistência e no socorro: viaturas, equipamentos, formação, informação, técnicas, tecnologias, etc. Houve evolução e adaptação a estas situações, pelo que só poderemos dar os parabéns a todos quantos foram passaram por esta casa: as várias direções, comandos e operacionais. Saibamos valorizar, preservar e apoiar os nossos Bombeiros Voluntários de Mira.”
Sobre a Proteção Civil, o autarca lembrou que “a Proteção Civil Municipal está intimamente ligada aos Bombeiros Voluntários: apoiam-se mutuamente e complementam-se e as pessoas só têm a beneficiar com esta simbiose. As planificações de eventos previstos, tais como a passagem de ano ou a preparação da época balnear, são feitas em conjunto, englobando também outras entidades; da mesma forma, em cenários de emergência, o modus operandi é igualmente discutido e articulado entre estas duas forças de auxílio, antes e durante a intervenção” e salientou, a propósito de apoios, que “há já vários anos que os apoios monetários da Câmara Municipal de Mira são essenciais para a sobrevivência desta associação. Além disso, têm sido dados apoios a outros níveis, tais como equipamentos, funcionários ou trabalhos efetuados. Neste momento, existem duas Equipas de Intervenção Permanente (EIP), cada uma delas composta por 5 elementos. O custo de cada equipa ronda os 80.000€ por ano, sendo que o Município suporta 50% desde valor. Hoje mesmo, na comemoração do 40° Aniversário, o Sr. Presidente Raul Almeida anunciou no seu discurso, a criação de uma nova EIP, o que dotará os meios de socorro com um total de 15 operacionais, reforçando a capacidade de resposta. Com este adicional, o Município suportará cerca de 120.000€/ano numa área que consideramos fundamental: a ajuda, o socorro, a segurança e o bem-estar das nossas populações.”
A Filarmónica Ressurreição de Mira juntou-se à festa dos bombeiros e interpretou dois temas. Diversas representações dos bombeiros do distrito de Coimbra também marcaram presença.