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SONDAGENS

Opiniao

Sabemos que as sondagens, não são actos eleitorais realizados em países democráticos. Contudo, as mais fiáveis, têm andado  bastante perto da realidade  do acto eleitoral. Não confundir com sondagens encomendadas, no sentido de de influenciar e inclinar opiniões.

A classe política, obviamente, desvaloriza-as consoante os resultados, e os lados em que se posicionam, mas retém a sua leitura. É evidente que, também têm a função de gerar susceptibilidades , motivo suficiente para que, as saem na última sexta-feira, antes da eleições,  possam desvirtuar as mesmas.

Mesmo agora, com as eleições em Espanha ,revelaram o que se pensava.

Se, as sondagens, não ganham eleições, podem ajudar a tomar uma decisão em qualquer dos sentidos. O maior problema é quando não há sentido, ou seja; quando as alternativas/candidatos,não  suscitam confiança, nada fizeram de útil para merecer o voto. Penso que é esse o problema actual.

O impasse verificado, após o acto eleitoral, em Espanha, no dia 23 de Julho, não sendo nenhuma novidade serve de reflexão e deve inquietar-nos.

Desde logo, porque as oposições, nada expostas(?) e por isso menos desgastadas, não foram capazes de gerar  a confiança dos eleitores, de forma clara, convincente e maioritária. E já são bastantes os países da Europa, e no mundo, em essa situação se tem verificado. Isso leva a coligações e geringoças, apenas, para obterem o poder pelo poder. A polarização do voto tem criado este impasse que leva a que isso aconteça.

No jargão político, dizem que a oposição não ganha, nem perde eleições. É o poder que as perde, ou não. Vale o que vale.

O que, assistimos é à fraca qualidade das oposições. Se os presidentes, ou os governos, pouco, ou nada valem, mesmo assim,os erros cometidos, não tiveram o condão de espicaçar as oposições no sentido de propor ao pais alternativas sérias e credíveis.

E porquê ?

Se reparar-mos na actual classe política, e aquela que tivemos há de trinta anos, parece-me óbvio que perdemos em toda a linha. Como sempre há rarissimas excepçôes.

Quer os governos, quer as oposições e o Parlamento, são de uma grande mediocridade. Ora, é essa  mediocridade que, há-de enterrar o governo . À oposição, basta fazer-se de morto até que o poder lhe cai-a nas mãos. 

Como é evidente isso não é mal, é pessimo.

E o que é que dela poderemos esperar, uma vez no governo?O que se vemos agora.

Que há uma crise de lideranças, todos nós sentimos e verificamos, o que não vemos  é vontade de inverter o rumo.

Falta prestigio, e ética à classe política, e muita qualidade. Está empestada de boys e girls, saídos das madrassas partidárias, como frangos de aviário. Os melhores não sentem atractividade,porque não a há, dignidade na função e não   se querem sujeitar ao enlameamento  actual, ao baixo nível da  classe,envolta em múltiplos casos de corrupção, compadrio, nepotismo,  como o cometido por  um ex-primeiro ministro,ou por ministros e outros governantes e autarcas que, por prescreverem na justiça, existiram, estão provados, são crimes, continuam a andar por aí.

Creio que, a renovação da classe política e não só,  só será efectuada se houver uma justiça nova e eficaz. 

Candemil, a 26 de Junho de 2023

José Venade

(José Venade não segue o actual acordo ortográfico em vigor)

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