Scroll Top

SINDICATOS TAMPÃO

Opiniao

Provavelmente são poucas as pessoas que ainda se lembram como estas importantes manifestações das comunidades escolares nacionais começaram. Não foram os sindicatos estabelecidos como a Fenprof (CGTP) ou a FNE ligados às principais estruturas sindicais do país! Foi um sindicato pouco conhecido de nome STOP!

No site + Sobre Educação encontrei referência a notícia de 5 de dezembro de 2022 do Público, na qual o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, refere que “não tem sentido, neste momento, entrarmos em determinado tipo de ações absolutamente radicalizadas num momento em que está suspensa a negociação”, anunciando uma manifestação à data para 4 de março! Ainda na mesma notícia é referido que “a Federação Nacional da Educação (FNE) não se juntou a esta plataforma sindical.”

Por outras palavras:

  • Tínhamos um sindicato que nada pretendia fazer uma vez que as negociações estavam suspensas! Se o Governo fosse mais atento manteria as negociações suspensas para todo o sempre!…
  • Um outro sindicato que nem pretendia participar na manifestação proposta para março!

Adicionalmente e para além do noticiado, tive conhecimento, por diferentes fontes (outros professores de diferentes escolas), em que representantes de um dos sindicatos anteriormente referidos abordaram vários professores a sugerir que os mesmos não participassem nas ações definidas pelo STOP(!), algo que foi imediatamente recusado por quem foi alvo da referida abordagem…

Juntando um adiamento incompreensível de manifestações, às referidas ações que classifico de sabotagem sindical, recordo que alguns dos sindicatos de professores têm ligações a organizações sindicais mais abrangentes, que por sua vez têm ligações a partidos políticos!

Perante os referidos contextos, levanto a questão que sindicatos haverá que mais do que defenderem os direitos de todos os seus representados, funcionam mais como uma espécie de válvula de escape para limitar índices de manifestações latentes… Mais ainda, sou levado a crer que os referidos sindicatos só se juntaram às manifestações da altura e em curso, implementando também elas as suas próprias formas de luta em virtude da dimensão que a iniciativa levada a cabo pelo STOP alcançou, com o intuito de reduzir o risco de perda de associados.

Por conseguinte e quanto aos sindicatos, direta ou indiretamente, ligados a partidos políticos, creio que estão feridos de morte pois recairá para sempre a dúvida sobre o seu total empenho na representação dos seus membros, uma vez que as mesmas estruturas sindicais podem e poderão ter as suas ações condicionadas pelos partidos políticos aos quais estão ligados.

Termino relembrando os estimados leitores que o que fez disparar os alarmes do STOP foram os múltiplos contratos precários na educação e novas condições de contratação que certamente seriam promotoras de mais cunhas e compadrios!… Porém, recentemente já só ouço recuperação de tempo de serviço…

Das regras de recrutamento e seleção (a gota de água) volta ao tempo de serviço que apesar de ser importante, a principal razão das manifestações deve ser resolvida, mas certamente nunca através de uma vinculação dinâmica!!!



Outros títulos:

O Governo-esmola

Ribau, o inimigo de Quixote



José Carvalho

Comissão Política Distrital do PAN Aveiro

Posts relacionados