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OS SABORES DO CHEF: VISITA À FEIRA DOS CAPÕES A PENSAR NA CONSOADA OS SABORES DO CHEF

Sabores do Chef

No dia 13 de dezembro, todos os anos, milhares de pessoas enchem a praça maior de Freamunde para comprar um galo castrado, para a mesa de Natal. 

A tradição de castrar os jovens galarós, tem origem nos romanos. Com a finalidade de economizar os cereais em grão, foi publicada uma lei, que proibia o consumo de carne de galinha. Fazendo uso da imaginação e improviso, características latinas, os criadores romanos, descobriram que castrando os galos mais novos, rapidamente duplicavam de peso.

Em Freamunde, há registos do século XV, mas só a partir de 13 de dezembro de 1719, é que a Feira dos Capões, foi criada oficialmente por D. João V, ou seja, tem 304 anos de existência. Bravo!

Os galos são operados logo que atinjam os três meses de vida e o peso a rondar os dois kg. Os mais apreciados são os de cor vermelha, enquanto que os de cor preta e sarapintados são considerados de inferior qualidade.

Há o hábito de serem vendidos a olho e aos pares, quem tiver a disponibilidade de despender três notas de cinquenta, pois muito bem! 

No dia 13 de dezembro, pelas duas e três da manhã começa a algazarra da chegada dos vendedores de capões numa brava e acesa disputa pelos lugares com melhor visibilidade.

“Capão à Freamunde”

Em primeiro lugar, embebeda-se o capão com vinho e bagaço para que as fibras fiquem tenrinhas. Após duas a três horas, mata-se o animal, que ficará durante 24 horas num tabuleiro com água, limão, sal, loureiro, vinho verde branco, alhos esmagados e piripiri, virando-se diversas vezes.

Antes de o levar ao forno, faz-se um refogado com cebola e alhos picados, os miúdos e presunto e enche-se o capão com este preparado. O frango é colocado numa pingadeira de barro com as batatinhas temperadas com vinho verde branco, louro, alhos esmagados, sal e piripiri. Para acompanhar à mesa, um verde branco ou tinto a regar, prefiro tinto, é uma maravilha de lamber a beiça. Só experimentando! Noutros tempos, qualquer cidadão tinha disponibilidade para levar à mesa esta iguaria centenária. Hoje, até os vizinhos espanhóis se acotovelavam para garantir lugar para apreciar esta maravilha, criada, preparada e confecionada à maneira de Freamunde. Nos dias que correm, os preços são, piripiri!

Votos de Boas Festas!

Um abraço gastronómico.

Mário Moreira

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