Venho de um tempo em que a palavra, dada e escrita, tinha valor, fosse no que fosse e em que contexto fosse. E esse é um valor que reputo de primordial e eticamente correcto.
Aos poucos, foi perdendo o valor porque até os mais altos governantes da nação, dão este triste exemplo. Este e outros bem piores, como se a palavra dada e escrita seja de modas.
Quando o exemplo vem de cima e este vive socorrendo-se na mentira para alcançar objectivos dúbios relegando, não importa para onde, os valores certos, a sociedade, esta está gravemente afectada.
Há muitos anos que existe uma crise de valores que, com o tempo,se vai acentuando e é tida e aceite, como uma normalidade, para aqueles que militam no campo da mentira fácil.
Basta recordar o primeiro-ministro, Costa, “com a palavra dada palavra honrada”, a qual se tem encarregado sistematicamente de a violar como se fosse uma banalidade, mas é algo grave, em qualquer pessoa, muito mais num chefe de Estado.
E os exemplos sucedem-se em catadupa
Há uma geração que cresceu a ouvir mentiras de políticos. Sejam eles do governo, das oposições, ou dos municípios, e de muitas outras instituições . Mentir é, para os mentirosos, um acto banal, é marketing como disse o Presidente da Câmara de Cerveira.
De tanto os verem, ou ouvirem, ou ler, e a mentirem, admito que, o grau de exigência em relação à verdade, se vá esbatendo.
Faltar à palavra dada ou escrita, já não tem o mesmo impacto que teve na minha geração, porque a palavra está desvalorizada, e esvaziada do essencial do seu conteúdo. Já não produz os efeitos que devia produzir, não perturba nem abala consciências . A sociedade actual, não valoriza, na sua maioria, a falta de palavra, dada ou escrita, como dantes, já estão a assimilar a mentira, como de um acto correcto se trata-se.
Estão a perder-se qualidades intrínsecas em detrimento da pobreza de valores essenciais da verdade.
Daí até chegarmos ás falsas noticias, foi um passo rápido e ,desta forma, vão confundindo o mundo.
Mas voltando ao tema da:palavra dada, “palavra dada palavra honrada” , na semana passada, durante a campanha eleitoral para as eleições legislativas , na Madeira, no passado Domingo dia 24,o seu Presidente, Miguel Albuquerque, e candidato, afirmou que, caso a sua coligação não vencesse por maioria absoluta, se demitiria.
E,efectivamente, ficou a um lugar de as vencer por maioria absoluta, mas como tal não aconteceu, devia ter apresentado de imediato a sua demissão, tal como prometera. De cumprir a palavra dada aos madeirenses mostrar que não são todos iguais.
Mas, como não há palavra, o que se confirma, ele deu o dito por não dito e vai continuar a governar a ilha da Madeira, assente na mentira. Mais um mentiroso
Vale tudo para os mentirosos se manterem no poder. Depois admiram-se com o e aumento da abstenção.
Candemil, a 27 de Setembro de 2023
José Venade
(José Venade não segue o actual acordo ortográfico em vigor)