Na década 50, do passado século, assim contava Adélio Francisco Manco: Foi fazer a feira de Cantanhede, com o Pai Augusto Manco, por conta do Ti Antônio Pascoal. Nesses tempos ,era uso levar pesos e balança ,embora houvesse poucas. Por seu lado, se a compra de feijões era à medida, já as batatas tinham de ser pesadas, pois quase ninguém as levava pesadas de casa. A Balança do Ti Augusto Manco, pôs-se desde cedo, ao serviço da feira. Por cada pesagem o custo era de 5 tostões. No regresso a casa, Pai e filho, confidenciavam um com o outro, os apuros, enquanto resolviam parar o cavalo para lhe dar água. Rapidamente, o Pai fez a contabilidade do apuro do dia e, enquanto segurava o balde, da água, dialogou com o filho, em voz grossa e alta: Fizeste mais a pesar batatas do que eu a comprar feijões! Enquanto isto, o cavalo, mais ou menos a meio-caminho entre Cantanhede e Lentisqueira, bebia a água por um lado e, a vertia por outro.
Recolha: Testemunho do Senhor Adélio Francisco Manco.
Domingos Neto
