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O SILÊNCIO CÚMPLICE E A INDIFERENÇA (I)

Opiniao

Toda a hipocrisia dos dogma da ICAR

Estórias esparsas ao correr da pena (I)

O Riso mata o Medo…sem o Medo não pode haver fé, foi esta a afirmação do abade sénior na obra de “ O Nome da Rosa” Umberto Eco.

Desde sempre a ICAR habituou-nos ao pedido do perdão, ao seu arrependimento após as maiores crueldades e crimes por ela praticados.

Estes actos de contricção aparecem passados dezenas ou centenas de anos após esses actos,e assim se perpetuam no tempo até aos dias de hoje.

A hipocrisia  faz  escola no seu seio e as suas pias declarações valem o que valem sabendo nós que a ICAR sempre esteve ao lado do opressor promovendo crimes hediondos ao longo dos séculos.

De que serviu abolir a Inquisição se os crimes religiosos se perpetram ainda graças à impunidade da Concordata.

Camilo Castelo Branco retrata no seu livro “Freira no Subterrâneo”a vida monásticade Barbara Ubryk ,freira carmelita de Cracóvia e a expiação do padre Zózimo.

Este relato transporta-nos aos dias de hoje onde o clero faz todos os esforços para abafar as infâmias praticadas pelos seus pares.

Sempre afirmei que quer o perdão pedido quer o arrependimento da ICAR  é hipócrita.

Pedro Marques Lopes assim também o diz como ainda afirma que o ar triste e sério da hierarquia não é de arrependimento, mas de derrota.

Neste campo de comentários sobre a ICAR seus crimes e privilégios,indico a leitura dos artigos de Isabel Moreira e Fernanda Câncio.

A conferência de imprensa dada pelos bispos é ridícula e dúbia ,assim como mantém o velho propósito de circulação dos prelados de paróquia em paróquia o que mantém esses mesmos prelados junto das crianças e facilitando novos possíveis abusos.

Do seu interior a critica de Januário Torgal Ferreira  que diz “tais bispos não servem o lugar que ocupam”e recomenda humildade.

Para finalizar esta crónica socorro-me mais uma vez de Camilo Castelo Branco e da análise que ele faz das sátiras de Guerra Junqueiro compiladas na “Velhice do Padre Eterno”uma delicia de leitura.

Sobre a sátira “Como se faz um monstro” Guerra Junqueiro descreve o menino João como uma criança loira que vivia na abundância agreste da lavoira, vivendo feliz até ao dia em que seu pai decidiu “botá-lo”no latim entre as paredes escuras e esconsas do seminário a fim de ser padre.

Elenca a vida de sacerdócio e as suas probendas e aí a transformação do menino irrequieto e traquina para o padre João.

Que transfiguração, que radical mudança transforma uma criança loira num pássaro noturno com a marca industrial do fabricante…um Zero(na cabeça).

António Galo

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