Estamos a chegar ao Entrudo ou ao Carnaval, celebração milenar que, em Portugal, remota ao século XV.
Para uns é Entrudo e para outros Carnaval. Nos meios rurais predominou mais o entrudo enquanto que nos citadinos derivaram mais para o Carnaval.
Entrudo vem do latim introitus, que significa a entrada na Quaresma, enquanto que o Carnaval pode derivar do Italiano Carnevali que, por sua vez, deriva do latim carnem Levare, ou carnis Levale.
Abreviando: são designações para o mesmo termo.
Este, para os católicos, marca a entrada na Quaresma que é um tempo de preparação espiritual para a Páscoa, que tem uma duração entre 40 a 46 dias, com restrições alimentares e outros procedimentos.
Mas o Entrudo sempre foi um tempo de manifestações, de folia e de liberdade. Nesses dias podia dizer-se aquilo que durante o ano não era tolerado, coisa que hoje se pode achar estranha. E foi muitas vezes aproveitado para, de forma sub-repticia, dizer verdades políticas e outras. A liberdade estava fortemente condicionada.
Depois há uma aproximação à Primavera, o corpo que descansou durante uma parte do Outono e Inverno, começa a despertar e a pedir folia.
Desde o simples Entrudo chamado de trapalhão, ao super organizado, mas que nada ou pouco nos diz, a muitos, cada um de nós pode vi vê-lo à sua maneira.
Levamos o Entrudo para o Brasil, quando era colónia portuguesa e hoje é uma das maiores atrações mundiais que o Brasil oferece.
Mas também existe um pouco pelas diversas cidades da Europa, às das Américas e cada vez mais é uma máquina de fazer dinheiro através das receitas geradas pelo turismo.
Entre nós há outro tipo de “Entrudo” que continua todo o ano com cenas nada abonatórias para a classe política e não só e, que de tanto se repetirem, levam ao alheamento do povo, o que é um grande erro.
Candemil, a 08 de Fevereiro de 2024
José Venade
(José Venade não segue o actual acordo ortográfico em vigor)