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MONSARAZ

Opiniao

A actractividade que o Alentejo exerce em mim vem da infância. Talvez pelas cores das casas, talvés pela planura do seu terreno, talvez pelo calor, talvez pelo fascinio de saber como era aquele povo. Ou pelo contraste e com o Minho.

 

O certo é que, o Alentejo, correspondeu a todas as às minhas expectativas. Para mim o Alentejo resume-se ao seu interior,  que conheço, desde o Alto ao Baixo Alentejo.

 

Em conversa com um conhecido este disse-me que, quando voltasse ao Alentejo, subisse a Monsaraz, por causa da transformação provocada pela barragem de Alqueva.

 

Monsaraz cujo foral foi concedido por D. Afonso III, no dia 15 de Janeiro de 1276, exerceu o direito de Vila e  Concelho até 1838, sendo depois esses poderes transferidos para a cidade de Reguengos de Monsaraz. Actualmente é uma freguesia.

 

Um de Maio de 2006, dia em que subi ao cimo da aldeia amuralhada que é Monsaraz. Era meia tarde de um dia quente. Pouco depois de transpôr o arco de entrada deparei-me com um homem e junto dele tinha alguns livros.

 

Tratava-se de Vitor Manuel Pereira Neves, ex- veterinário, escritor, poeta, historiador, e pessoa a quem os castelos e fortificações muito lhe diziam muito, facto atestado nas suas diversas monografias.

 

Nasceu no meio da história , em  Sortelha, Concelho do Sabugal, Guarda. E como ele me disse: hei-de morrer a estudar.

 

Médico vetrinário execeu a sua actividade em meios rurais, tal como era a sua vontade, sem nunca perder a oportunidade  em saber mais e mais.

 

O seu entusiasmo e encanto, por Monsaraz, fizeram dele o meu privilegiado cicerone, sem que eu lhe pedi-se algo.

 

Percorremos a aldeia -eu vendo-a  através da sua visão histórica – e em que ele discorria, encantado, como se de uma enciclopédia se trata-se. Tive o privilégio de saber, desde as muralhas e todo o seu rico historial arquitectónico. Todos os pormenores me foram minuciosamete explicados os quais, pela forma apaixonada como ele o fez, me prenderam a atenção.

 

Mas quando subimos a barbacã que envolve a praça de touros e olhei o horizonte senti um impacto imediato.

 

Perante o meu olhar estendia-se um mar de água azul a contrastar com o magnifico verde, aqui e ali, pontilhado por montículos vermelhos das Papoilas, entremeadas por Malmequeres  amarelos, que o ladeava e antecedia o lago.È esse mágnifico postal, o qual por palavras não sei como descrever, que guardo nas minhas memórias.

 

Como é evidente já repeti a visita várias vezes e o encanto é sempre o mesmo.



Candeia, a 13 de Março de 2024

José Venade

(José Venade não segue o actual acordo ortográfico em vigor)

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