Michel Costa é um cantor que vive no Algarve, mas que tem ligações a esta região, nomeadamente a Portomar, Gândara, Calvão e Lagoa, onde tem amigos.
Acha que em Portugal é muito difícil viver da música e, hoje aqui, convidamos os leitores a conhecer melhor este artista.
Como e onde começou a tua carreira?
A minha carreira começou em França para onde fui muito novo com meus pais.
Ainda adolescente procurava bandas existentes e pedia para cantava com eles. Com a idade de 20 anos formei a minha primeira banda, e tudo começou, mais tarde fui estudar para uma grande cidade, que foi Lyon, e havia lá uma banda que estava a começar e solicitaram-me para ser vocalista. Com essa banda portuguesa chamada Os Dragões (nada a ver com o futebol) fizemos digressões em todo o país, e em muitas partes de toda a Europa, fomos convidados, várias vezes, na televisão francesa e, nunca mais parei desde então.
Foi difícil o arranque?
O arranque é sempre difícil, fazer uma carreira artística não é fácil, mas quando se gosta de música nada nos para.
Do ponto de vista emocional, o que representam para ti França e Portugal?
A França foi o país que me acolheu, deu-me tudo, a cultura educação etc., fiz os meus estudos, mas, sobretudo deu-me a possibilidade de fazer o que mais gosto que é fazer música e cantar.
Fui para lá muito novo, mas nunca esqueci Portugal, porque é o meu país.
Desde os anos 90 que me instalei e fiquei, quando vim gravar o meu primeiro
álbum, foi um artista bem conhecido aí da região que me trouxe para gravar o primeiro disco (“Um pouco de mim”) de onde surgiu o “Grito de Amor”.
E do ponto de vista artístico?
Não me posso queixar. Sempre tive uma carreira calma, mas com alguns sucessos.
Vives no Algarve, mas tens alguma ligação a Mira. Explica como.
A ligação com Mira, existe desde os anos 90 quando ia às rádios, e tenho alguns amigos aí de perto, de Portomar, da Gândara, de Calvão, da Lagoa, etc.
Visito-os com frequência, é uma região que aprecio muito.
O Michel Costa de “Grito de Amor” tem alguma coisa a ver com o Michel Costa de hoje?
Tem, sim, só um pouco mais velho. Sou sempre o mesmo e um eterno romântico e popular, musicalmente é óbvio que se muda com a idade, mas sempre na mesma onda que gosto, que é, pop rock. Mas componho vários estilos também para outros artistas, (até já compus fado).
Os espetáculos abundam ou nem por isso?
Os espetáculos não abundam, porque também não procuro muito, faço alguns mas
mais nas comunidades no estrangeiro, em Portugal é muito difícil viver da música.
Também estive ausente dos palcos durante uns longos anos, (também não ajuda, quem não aparece esquece) mas não estive ausente da música, porque trabalhava em estúdio em composições produções, para mim e para os outros, como gosto muito disso esqueci-me um pouco de mim e dos palcos. Durante o covid deu-me vontade de gravar um álbum, com títulos como “Tudo passa tudo vai”, “Deserto”, entre outros. Que se pode ouvir nas plataformas. Desde então já gravei outros, álbuns e como os tempos mudaram, tudo se passa nas plataformas digitais, já gravei vários, como “A cama” e “Quando danças”, que rodam em todas as rádios. Esta semana vai sair mais um tema: “Quero apenas”.
Como vês o teu futuro?
O futuro musicalmente nada tem a ver com a nossa geração, os tempos mudaram. Para a nova geração é o que eles gostam, e temos de respeitar, para o meu gosto é muita eletrónica, eu sou da geração instrumentos acústicos, anos 70, 80, 90 etc. Ainda há muita boa gente que gosta, foi a revolução musical.
O futuro da humanidade está complicado, com tudo o que está a acontecer no mundo, está difícil, mas acredito na inteligência do homem, para que possamos deixar um mundo melhor para as futuras gerações.