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MARTA MONTEIRO: “OS RECURSOS DA FEDERAÇÃO SÃO ESCASSOS E NÃO TÊM POSSIBILIDADE DE APOIAR E OS CUSTOS SÃO DA RESPONSABILIDADE DOS ATLETAS”

ENTREVISTAS

De 2 a 16 de setembro, Marta Monteiro, atleta natural da Figueira da Foz e residente na Vagueira, vai representar Portugal no Campeonato Mundial de Halterofilismo, que decorre na Arábia Saudita. Ela conta-nos tudo sobre isso e sobre as dificuldades económicas que tem para custear a viagem e os gastos que tem de fazer, dado que a federação respetiva tem recursos escassos.

 


Em setembro, a Marta vai representar Portugal no Mundial de Halterofilismo que decorre na Arábia Saudita. Como se sente com esta responsabilidade?

Tranquila! E ansiosa por representar o meu país.

 

Os recursos financeiros não são os melhores. Que está a fazer ou que pensa ainda fazer para ajudar a minimizar os custos?

Efetivamente os recursos da Federação Portuguesa de Halterofilismo são escassos e, por essa razão, não têm possibilidade de apoiar os Atletas como seria seu desejo. Deste modo todos os custos operacionais (inscrição, viagem, hotel) são da responsabilidade dos atletas. Com o intuito de angariar alguns fundos para a minha participação neste campeonato mundial, vou organizar um “meeting” com atletas de CrossFit e Halterofilismo e realizar um treino em equipa na Box3070 em Mira. O valor das inscrições reverte a 100% para esse efeito. Para além disso tenho t-shirts alusivas à minha participação no Mundial que as pessoas podem adquirir.

 

Voltando atrás no tempo, como começou a sua apetência por este desporto?

O meu interesse pelo desporto começou desde cedo. Pratico desporto desde os 3 anos. Pratiquei natação, dança, orientação (Ginásio Clube Figueirense), artes marciais e atletismo. Em 2015 mudei-me para Aveiro, para iniciar uma licenciatura em Biologia na Universidade de Aveiro. Foi também durante este período que iniciei um percurso competitivo na modalidade de Crossfit e, mais recentemente, como consequência disso, Halterofilismo Olímpico.  Comecei a competir especificamente no Halterofilismo em 2019 e, desde então já participei várias competições nacionais e internacionais.  

 

Sendo recordista nacional na sua categoria, isso dá-lhe mais responsabilidades?

Não.

 

Como vê o seu futuro na modalidade?

À semelhança de outras modalidades esta é uma modalidade de marcas (recordes). No futuro o objetivo é melhorar essas marcas.

 

A Marta tem outros interesses, estando mesmo ligada à Charcos e Companhia. Que mais a interessa, portanto?

Desde sempre fui apaixonada pelo desporto, atividade física e pela natureza. Atualmente trabalho na universidade de Aveiro enquanto bolseira de doutoramento na área da Biologia. A minha principal área de intervenção são as alterações climáticas e procuro perceber de que modo irão afetar o meio marinho. Por tudo isto, a minha ligação à Charcos & Companhia surgiu muito naturalmente. A Charcos é uma ONG que se preocupa com as questões ambientais e procura transmitir a importância de preservar os ecossistemas à população. Para além disso, realizam algumas campanhas de monitorização regular dos ecossistemas, como os dias RAM, que consistem em contagens mensais de aves marinhas que passam ao largo da nossa costa. Este tipo de monitorização regular ao longo dos anos é de extrema importância para conhecermos o estado das populações selvagens, e qual é o impacto que as atividades humanas e as alterações globais tem nestes ecossistemas.



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