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FERNANDO LOURENÇO: “COM O ALA-ARRIBA GANHEI TUDO NO MESMO ANO. TERÁ SIDO O ANO MAIS MARCANTE DA HISTÓRIA DO CLUBE”

ENTREVISTAS

Fernando Lourenço nasceu na Lentisqueira e reside no Sátão. Jogou no Ala-Arriba e trabalhou na Câmara Municipal de Mira. Ainda teve tempo para jogar noutros clubes. Hoje, aqui, recorda esses tempos e fala de saudades.

 

O futebol fez parte de ti como praticante. Que recordações tens desse tempo?

Foi um tempo magnífico, com adeptos fervorosos, pelos quais fui sempre muito

acarinhado. Lembro-me daqueles duelos com o Touring, com o campo das

Pedregueiras cheio. Penso que era um tempo em que se vivia com mais bairrismo. No Nacional, destaco alguns jogos para a Taça de Portugal, como o do Leixões, no qual marquei o golo. Com o Ala-Arriba, ganhei tudo: Distrital, Campeonato e Taça, tudo no mesmo ano, que penso que terá sido o ano mais marcante da história do clube. Eram festas enormes, com a praça cheia de adeptos. Foram bons tempos, de bons e grandes colegas.

Além do Ala-Arriba, que outros clubes representaste?

Depois do Ala-Arriba, passei pelo Marialvas, no Nacional, onde também vivi várias épocas maravilhosas, com destaque para a subida para a 2.ª Nacional.  Joguei no Luso, na 3.ª Nacional, clube este no qual tivemos as melhores condições para a prática do futebol. Passei pelo Estarreja, na 2.ª Divisão, e pela Lousã, igualmente na 2.ª Divisão, após o que voltei ao Ala-Arriba. Por fim, joguei no Sátão, terra para onde, em 1993, vim morar e estabelecer o meu negócio, uma ourivesaria. Mantive nestas circunstâncias, como sabe quem me conhece, o mesmo fervor e a mesma dedicação, jogando no clube ao longo de nove anos, do qual sou agora, e já há bastante tempo, diretor.

Sendo natural da Lentisqueira, como vês hoje a tua terra?

A nossa terra é sempre aquele cantinho que recordamos com amor, aqui está uma grande parte das nossas recordações, das nossas vivências. Agora, como acontece com tantas outras aldeias do concelho e do país, abandonadas pelo  poder autárquico e pelo poder político, entristece-me que perca a vida que outrora a caracterizava, bem como ver que, em pleno século XXI, o saneamento ainda não seja uma realidade para todos.

 E Mira, como sentes o teu concelho?

Tenho pena que não tenha acompanhado o progresso verificado noutros concelhos e que Mira, como vila, nunca tenha apostado na sua imagem, nomeadamente em questões de limpeza e arruamentos, e no seu desenvolvimento…. Veja-se, por exemplo, o caso de Cantanhede e da praia da Tocha, bem cuidadas, limpas e com condições que dignificam as suas gentes. É verdade que a praia de Mira está mais bonita, mas muito mais poderia ser feito, na minha opinião.

Fora daqui, da tua terra, do teu concelho, como matas as saudades?

Embora por curtos períodos, visito com muita frequência Mira, para visitar a minha querida mãe, família e alguns amigos, com os quais vou também mantendo o contacto através das redes sociais.

Quem é hoje o Fernando Lourenço?

O Fernando Lourenço de hoje é o mesmo de antes, só com mais alguns anos e, felizmente, com muitos amigos um pouco por toda a parte. Continuo a gostar e a praticar desporto, diariamente.

 Que sonhos ainda tens para o futuro?

Os meus sonhos? Ver os meus filhos felizes e realizados. A minha filha é locutora numa rádio nacional e o meu filho é tricampeão nacional de Culturismo, tendo conseguido ganhar, no passado dia 1 de maio, o tão almejado Pro Card, tornando-se assim atleta profissional na modalidade.

Agradeço a oportunidade para falar um pouco de mim, desejando as maiores

felicidades ao jornal, na pessoa do amigo António Veríssimo, a quem deixo um abraço fraterno.

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