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FAZER O BEM E NÃO OLHAR A QUEM

Opiniao

Passámos o fim de semana em recolha de alimentos no Modelo em Cantanhede, 22 e 23 de julho. Hoje é dia do Concelho e a frase “Ver para crer”, surge na minha cabeça, resolvi escrever um texto sobre a nossa Delegação. Cada ação que desenvolvemos em contacto com o público tem sempre associado várias formas de sentir e de estar. Mas nós temos a certeza de que estamos a fazer o melhor que conseguimos. Uns dizem: Bem Hajam pelo vosso trabalho, pois é muito importante e meritório. Outros mais ressentidos pela vida… Vejam lá a quem dão. Cada vez há mais trafulhice, embora as necessidades sejam muitas.. Uma certeza há em nós, tentar minorar as dificuldades e as diferenças que existem no mundo. Fazemos a nossa parte. Estamos envolvidos e procuramos pessoas que se preocupam com o próximo e desejam ajudar de forma desinteressada. As tarefas são muitas e variadas. Uns deslocam se nas suas viaturas para o Concelho vizinho, Cantanhede, pois foi a loja atribuída à nossa Delegação e com generosidade, gentileza e um sorriso simpático tentam angariar bens alimentares, entregando um saco de papel, pago por nós. Outros carregam e transportam para o ARMAZÉM os bens resultantes. A Cruz Vermelha de Mira não possui transporte e não tem qualquer tipo de apoio da parte da Autarquia. No armazém, eu que sou a responsável faço o registo de cada produto e a sua contabilização, pois todos os bens angariados são comunicados à CV Portuguesa, onde é feita também a contabilidade da Delegação,visto não termos e todos sermos apenas VOLUNTÁRIOS sem qualquer tipo de remuneração. Depois de separados por produtos, são colocados em caixas e transportados para o piso superior, subir e descer escadas. Todo este trabalho, ocorre com Voluntários que fazem escalas de 2h de modo a que possam fazer as suas vidas e não seja tão difícil. Mas no armazém os colaboradores por vezes ficam mais tempo. Este trabalho depois continua com a arrumação dos produtos de forma a que possamos distribuir pelas famílias carenciadas do nosso concelho e que estão fora do sistema convencional. Há uma grande confusão em algumas pessoas, pois neste local, estão várias associações e de entre elas a Segurança Social com distribuição de alimentos através da AUTARQUIA e das suas funcionárias na área Social. Desenvolvemos muito trabalho, todos os dias recolhemos alimentos no Pingo Doce, excedentes. Estes são doados a quem a nós recorre e o pão é distribuído a idosos e famílias sem transporte por uma voluntária na zona sul do Concelho. Existe entre nós um espírito de boa vontade, muito trabalho, cumprimento das normas e dos valores da Cruz Vermelha e ninguém aufere um cêntimo que seja, até porque não há verba alguma para gerir incluindo o facto de não termos apoio da Câmara municipal. Trabalhamos diariamente sem condições de segurança. O Armazém que ocupamos é pertença da Autarquia e tem um portão de acesso antigo, difícil de abrir, estragado há meses, com PERIGO a vários níveis e já tivemos que colocar cadeados, pois houve vandalismo. As janelas estão calcinadas desde os incêndios e no Inverno a chuva escorre pela parede, agora com as altas temperaturas é irrespirável, pois não há circulação de ar.Solicitamos a substituição das mesmas e informação sobre o portão e não obtivemos qualquer resposta. É lamentável que uma instituição como a nossa não tenha qualquer reconhecimento por parte das entidades locais. Apesar de tudo isto, continuamos convictos de que estamos a fazer o BEM e vamos conseguindo melhorar a vida de alguns dos nossos semelhantes. Este ano já conseguimos fazer a diferença em 4 pessoas auxiliadas no programa +FELIZ 2 Óculos 1 Dentição 1 Apoio na doença. A CAMPANHA da GALP, doou 25 Vouchers para garrafas de gás. O ministério da aeronáutica doou uma palete de produtos de HIGIENE, que auxiliam bastante, como shampoo, gel de banho, gel de mãos e condicionador. São pequenos gestos, mas que nos trazem alento, nos animam e fazem sentir que do outro lado há um sorriso e uma esperança na vida. Cada vez mais há que saber olhar o outro e não nos fecharmos numa concha de individualismo. O ditado é velho Fazer o bem, sem olhar a quem. Como presidente desta INSTITUIÇÃO gostaria de fazer e ter mais e melhores condições, gostaria de ver as verbas para a Acção Social serem aplicadas com justiça e por isso faço um apelo para que o Programa de Apoio à HABITAÇÃO, reabilitação para famílias carenciadas que o GOVERNO lançou seja bem aplicado e não seja apenas e só mais uma notícia de jornal. Agradeço a todos os que contribuem para que a nossa Delegação e a nossa sociedade sejam melhores. Festas felizes, boas férias e continuem a AJUDAR.

Ana Maria Soares

Presidente da delegação de Mira da Cruz Vermelha Portuguesa

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