O Grande Auditório do Convento São Francisco vai acolher, no próximo dia 6 de setembro, pelas 21h30, a ópera “Felizmente há luar”, de Alexandre Delgado, com base na peça de Luís de Sttau Monteiro, depois da sua estreia em maio no São Luiz. “Felizmente há luar” é uma peça fundamental do teatro português do século XX e retrata a resistência contra a ditadura do Estado Novo. É a primeira vez que esta obra de Sttau Monteiro é adaptada para ópera, o que assume um significado ainda mais especial por se inserir nas celebrações dos 50 anos do 25 de abril. Os bilhetes já estão à venda nos locais habituais e na plataforma BOL.
Inspirada na conspiração de Gomes Freire de Andrade contra a dominação inglesa na primeira metade do século XIX, a obra faz uma alegoria à ditadura salazarista, apresentando questões universais sobre liberdade, poder, coragem e resistência. Escrita em 1961, a peça de Sttau Monteiro é um testemunho intemporal da luta do povo português pela liberdade e justiça. Sessenta e três anos depois, e quando se comemoram os 50 anos do 25 de abril, “Felizmente há luar” é adaptada para ópera por Alexandre Delgado, numa encomenda que partiu da Orquestra Filarmónica Portuguesa.
“Em 2022, o maestro Osvaldo Ferreira lançou-me o desafio: compor uma ópera sobre o 25 de abril e lembrei-me de uma peça que podia fazer todo o sentido: ‘Felizmente há luar’. Uma peça sobre a figura histórica do general Gomes Freire, condenado à morte em 1817, nos últimos estertores do regime absolutista. Publicado em 1961, o texto de Luís de Sttau Monteiro era uma metáfora tão evidente do Estado Novo sacudido pelas eleições de 1958, que até os obtusos censores salazaristas a perceberam. Proibida, a peça só pôde ser representada em Portugal depois da revolução”, recorda Alexandre Delgado.
A ação decorre em Lisboa, em 1817, e começa com um grupo de populares a lamentar a sua difícil situação e a lembrar-se das canções do regimento do general Gomes Freire de Andrade, que consideram um defensor do povo. Enquanto isso, os governadores do Reino – D. Miguel Forjaz, o Principal Sousa e o Marechal Beresford – estão preocupados com os rumores de uma conspiração e revolução associada ao general Gomes Freire de Andrade. Decidem que precisam de crucificar alguém para servir de exemplo. E é este o mote de toda a trama. O resto pode ficar a conhecer no dia 6 de setembro, no Convento São Francisco.
A música e o libretto são de Alexandre Delgado, a encenação de Allex Aguilera e a direção artística e musical é de Osvaldo Ferreira, contando com a participação da Orquestra Filarmónica Portuguesa e do Coro ProART. O elenco é composto por Sílvia Sequeira (Matilde de Melo), Raquel Mendes (Mulher do Povo), Tiago Amado Gomes (D. Miguel Forjaz), Carlos Guilherme (Principal Sousa), André Henriques (Beresford / Velho Soldado), João Merino (António de Sousa Falcão) e Pedro Cruz (Vicente). A produção é da Orquestra Filarmónica Portuguesa e da ProART.
Os bilhetes variam entre os 20 euros para 1.ª Plateia – sendo de 18 euros para estudantes, maiores de 65 anos, grupos (mínimo 10 pessoas), desempregados e profissionais de artes performativas e de música – e os 18 euros para 2.ª Plateia e Balcão – sendo de 16 euros para estudantes, maiores de 65 anos, grupos (mínimo 10 pessoas), desempregados e profissionais de artes performativas e de música. Há um desconto de 40% para quem for detentor do Cartão Amigo do CSF.
Os bilhetes estão disponíveis nos locais habituais, nomeadamente na bilheteira do Convento São Francisco e na BOL. A bilheteira do Convento São Francisco está aberta diariamente, das 15h00 às 20h00. Pode ainda contactar o Convento, através do telefone 239 857 191 ou do e-mail bilheteira@coimbraconvento.pt.
Toda a programação do Convento São Francisco pode ser consultada em coimbraconvento.pt/pt/agenda ou através das redes sociais deste espaço municipal. O Convento São Francisco é um equipamento cultural do Município de Coimbra, integrado na Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses.