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CAIXA DE PANDORA #42

Patty Diphusa DESTAQUE

TIROS NA NOITE

A passagem de ano, bem como as festanças das vitórias neste ou naquele campeonato, têm as suas comemorações normais, cá por terras de Mira, com jantares, festas e fogo de artifício.
Na anormalidade da coisa jogam aqueles que não respeitam os outros e cuja educação deixa muito a desejar.
Falamos daqueles que, à meia-noite ou ainda mais tarde, festejam usando armas e atirando sabe-se lá para onde. Um destes dias, ainda matam alguém. Ou deixam alguém numa cadeira de rodas.

VOTO FANTASMA

Esta aconteceu numa das eleições nacionais, num sítio bem perto de nós.

Com ou sem urna eletrónica (isso é conversa para outro dia), dizem que essas coisas sempre acontecem e vão continuar a acontecer.

Como os eleitos são os mesmos de sempre, ou quase, os mortos continuam a votar e nada acontece. A não ser a frustração daquela triste viúva.

No dia seguinte à votação, a mulher foi ao cemitério. Chegando à campa do falecido marido, ela falou com uma dose bastante alta de irritabilidade:

“Seu desgraçado, insensível, miserável. Você não tem mais a menor atenção comigo. Ontem você foi votar e não teve sequer a consideração de me procurar.”

Perante isto, ainda acham que os mortos não votam?

ELE PENSOU EM FORMAR UM PARTIDO. AGORA, QUER FORMAR UMA IGREJA

Mirense a trabalhar na estranja, esteve por cá algum tempo em atividade empresarial, até regressar ao país de acolhimento, e um dia terá desafiado um amigo, que até já foi presidente da edilidade, para formarem um partido.
Consta que a coisa não foi por diante porque as ideias de um e de outro eram tão diferentes como a diferença entre a água e o vinho.
Não sei se sonhei ou se li, mas parece que agora o tal empresário está mais interessado em… formar uma igreja.

PARA AREJAR O AMBIENTE

“João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili,
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.”

(In “Quadrilha” de Carlos Drummond de Andrade)

Até quarta-feira, abraços.

Patty Diphusa nasceu nas terras de Mira em 1974 e um dia, quando todos estavam distraídos, meteu pés ao caminho e foi por aí. Hoje, atenta ao que se passa na terra onde nasceu, vai vendo e vai escrevendo sobre coisas que vão surgindo. Sobre coisas que a rodeiam.

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