“CHAMA-SE DE ENTREVISTA POLÍTICA O ATO DE FALAR NAQUILO QUE SE DEVIA ESTAR FAZENDO.”
(Millôr Fernandes)
Pois é!
Há muitos por aí que se enquadram nessa frase do grande MILLÔR.
Mas, deixemos aos leitores a “interpretação ou leitura” dessa frase e dos que se enquadram nela.
A HISTÓRIA DO JORNAL CLANDESTINO:
Aquilo que vou lembrar aqui fez eco neste jornal, na vida anterior, em 1997.
Eu tinha 23 anos e já andava a correr nos caminhos da política local.
De forma não muito alongada, quero dizer-vos que, nessa altura, surgiu em Mira, um jornal que era clandestino, mas que, segundo li então (ainda guardo o recorte) teve o apadrinhamento das gentes com poder, desde o presidente da dona Câmara ao governador civil, passando mesmo por um membro do Governo.
O jornal nasceu, não foi registado, o título foi usurpado aos seus detentores, mas, o mais importante é que mesmo avisados, os detentores do poder, não se importaram muito e deram publicidade ao dito jornal.
Segundo leio no recorte que ainda tenho guardado, a notícia deste caso chegou mesmo ao Tal & Qual e ao jornal As Beiras, que fizeram também eco da situação ilegal.
O caso chegou também à Alta Autoridade para a Comunicação Social, ao secretário de Estado do setor e ao primeiro-ministro de então, António Guterres.
O PALCO DA IGREJA E OUTRAS MORDOMIAS:
Este não é um problema de Mira, mas, não consigo calar-me. Não dá para entender que se gastem milhões para uma série de apetrechos tendo em vista a vinda do Papa.
Existindo separação entre a Igreja e o Estado, não se pode aceitar tanta mistura. A Associação República e Laicidade diz, em notícia publicada pela TSF, que “uma câmara municipal portuguesa não pode incluir cerimónias religiosas nas suas atividades nem incentivar à presença nas mesmas”. Refere ainda que “a Lei da Liberdade Religiosa estipula que ‘o Estado não adota qualquer religião’ e também que ‘nos atos oficiais e no protocolo de Estado será respeitado o princípio da não confessionalidade'”, e lembrando ainda que “não há qualquer exceção a estas normas para as autarquias”.
UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA:
Foi o que aconteceu outro dia entre duas pessoas, que conheço bem de outros carnavais, na pastelaria do costume. Nem eu, nem a Suzete, percebemos patavina da conversa mas…eles riam-se muito e, um deles, até bateu palmas.
Até quarta-feira, abraços.
Patty Diphusa nasceu nas terras de Mira em 1974 e um dia, quando todos estavam distraídos, meteu pés ao caminho e foi por aí. Hoje, atenta ao que se passa na terra onde nasceu, vai vendo e vai escrevendo sobre coisas que vão surgindo. Sobre coisas que a rodeiam.