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AÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO NA ESCOLA QUINTA DAS FLORES MOSTRA QUE RESTOS ALIMENTARES DAVAM PARA 75 ALUNOS 

DO OUTRO LADO

Terminado o projeto-piloto “Respeitar cada alimento/Cultivar o futuro” que decorreu, no final do 2º período letivo, na Escola Básica e Secundária Quinta das Flores, como forma de sensibilizar os alunos para o desperdício alimentar, o Município de Coimbra apresenta, agora, os dados de balanço. De acordo com os dados recolhidos, verificou-se que, em média, apenas 30% dos alunos comem sopa, menos de 20% opta por salada e só cerca de metade come fruta ou sobremesa. Em média, os restos recolhidos entre segunda-feira e quinta-feira, dariam para servir 75 refeições (prato principal). 

 

O projeto-piloto “Respeitar cada alimento/Cultivar o futuro” decorreu, no final do 2º período letivo, na Escola Básica e Secundária Quinta das Flores, entre os dias 11 e 22 de março, com o objetivo de promover a importância de um almoço escolar completo e equilibrado e, ainda, de sensibilizar os alunos para a necessidade de se combater e diminuir o desperdício alimentar gerado no almoço escolar. 

 

A iniciativa envolveu a Divisão de Educação do Município de Coimbra, a Direção da Escola Básica e Secundária Quinta das Flores e a Associação de Pais da Escola, e teve o apoio da ICA – Indústria e Comércio Alimentar, SA ao nível logístico na pesagem do desperdício alimentar. O projeto decorreu em duas fases, uma primeira de diagnóstico, de 11 a 15 de março, seguida da intervenção, 18 a 22 de março. 

 

Este projeto surgiu da observação recorrente de um elevado desperdício alimentar nos tabuleiros dos alunos, no final do almoço, bem como de algumas práticas que contrariam uma refeição completa e equilibrada. Por exemplo, com frequência os alunos pedem repetição do prato quando a ementa é mais do seu agrado, mas sem levar no tabuleiro outros componentes essenciais como a sopa, a salada ou a fruta. Por sua vez, também o fato de levarem mais do que um determinado componente (por exemplo, pão, sobremesa), contribuem para que a sua refeição não seja tão equilibrada como desejável.

 

Tendo em conta os dados recolhidos, verificou-se que, em média, apenas 30% dos alunos levaram sopa, menos de 20% levaram salada, e só cerca de metade dos alunos levaram fruta ou sobremesa. Apesar de ser inferior a 2%, alguns alunos não levam o prato, optando por levar, por exemplo, apenas sopa e pão. Em média, os restos recolhidos entre segunda-feira e quinta-feira, na fase de diagnóstico, dariam para servir 75 refeições, no que ao prato principal diz respeito, com segunda-feira a registar o desperdício mais elevado (cerca de 92 refeições).

 

Mesmo com apenas cerca de 30% de alunos a levar sopa, as sobras deste componente, na sexta-feira da fase de diagnóstico, dariam para servir 27 crianças/adolescentes. Foi, ainda, possível concluir que raramente os alunos levam todos os componentes previstos no seu tabuleiro.

 

Dos registos fotográficos aos tabuleiros, foi ainda possível detetar a presença de alimentos externos, trazidos pelos alunos (como pipocas, gomas e pacote de sal fino), assim como a presença de tabuleiros com número excessivo de sobremesas consumidos totalmente ou parcialmente (como duas gelatinas e uma peça de fruta ou quatro peças de fruta).

 

De forma resumida, a metodologia adotada na fase de intervenção procurou aferir, por método observacional dos tabuleiros, que componentes são levados pelos alunos, bem como quantificar o desperdício alimentar gerado, por método quantitativo de pesagem dos restos alimentares. Ambas as informações foram analisadas nos carrinhos de recolha de tabuleiros, não havendo, assim, qualquer associação dos tabuleiros aos alunos, sendo registados os dados sob a sua forma global.

 

Para determinação do número médio de refeições desperdiçadas, foi realizada a pesagem, por amostragem, de refeições colocadas na linha de self, e determinada a capitação média servida, sendo que nesta escola almoçam alunos desde o 5º ao 12º ano. A aferição dos componentes de refeição levados pelos alunos e do desperdício alimentar quanto ao prato, foram realizados de segunda a quinta-feira, de modo a abranger duas ementas de carne e duas ementas de pescado. Na sexta-feira avaliou-se, ainda, o desperdício alimentar da sopa. Na fase de intervenção, que decorreu de 18 a 22 de março, foram desenvolvidas ações com o intuito de alcançar todos os alunos, como atividades expositivas, bem como dinâmicas diferenciadas em cada um dos dias. Procurou, ainda, expor-se informação sobre alimentação saudável e temáticas de nutrição especialmente dirigidas às faixas etárias abrangidas.

 

Nos dias de ementa de carne (segunda, quarta e sexta-feira), os alunos foram convidados a calcular a pegada hídrica dos restos de carne do seu tabuleiro, caso os mesmos se verificassem, com recurso a um computador ou a uma balança e uma tabela de conversão da pegada hídrica em garrafões de água. 

 

Na terça-feira, na parede junto aos carrinhos de tabuleiros, foram colocadas diversas imagens reais do refeitório, de registos fotográficos de tabuleiros com restos de refeição recolhidos durante o projeto, convidando-se os alunos a comentar as mesmas imagens.  Uma parte dos alunos utilizou este espaço para mostrar desagrado com as refeições, a outra para registar mensagens de apelo à necessidade de se combater o desperdício alimentar. 

 

Quinta e sexta-feira, através de cartazes informativos e instruções, desafiaram-se os alunos a separar o desperdício da sua refeição por principais funções dos componentes da refeição no nosso organismo – fontes proteicas, fontes de hidratos de carbono e fontes de vitaminas, minerais e compostos bioativos. Esta atividade teve como objetivo proporcionar uma reflexão sobre o que é “perdido” na refeição do almoço, quando um ou mais componentes não são consumidos:  força, energia e proteção/ regulação.

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