Estamos em pleno Verão, estação do ano em que tudo acontece. Dias grandes, Sol com abundância, férias, sempre apetecíveis, encontro de famílias e amigos, e muitas festas e romarias.
E no que toca a festas e romarias, o Alto Minho é rei e senhor. Depois da ausência, forçada, por causa do Covid-19, durante os anos de 2020 e 2021, a ansiedade era muita e justificava-se. Disseram-nos que ia ficar tudo bem!
E o que se vivenciou no Verão de 2022, durante as festas, foi a alegria de um povo sincera, genuína e sem peias.
A privação de dois anos, produziu muitos efeitos nefastos e tornou esses momentos apetecíveis e vividos em pleno. Trocaram-se abraços e beijos, sem muitos receios de contágio, e, embora, ainda, não fosse na sua plenitude o povo começou a desenlear-se das linhas com que foi brutalmente amarrado.
Só que, por essa altura, já se formavam nuvens negras, ameaçadoras, no horizonte, das suas vidas e do seu bem-estar.
Mas, o momento, era de confraternização e de esperança, porque de privação já tivemos a nossa conta. Assim se pensava.
Mas, a dita, nuvem agigantou-se e foi descendo até aterrar, impiedosamente, sobre as nossas cabeças e começou a despejar, à bruta, uma carga inflacionaria, da qual já não estávamos habituados. Afinal, não ficou tudo bem!
As gerações mais jovens, não sabiam o que era o significado de uma brutal inflação nas suas vias. Tinham ouvido, quando muito, ouvido falar. Implacável, ela, começou a ir-lhe aos bolsos em todos os aspectos. Desde a comida que tem que por na mesa, aos combustíveis e aos preços de todos os bens de consumo e serviços e à brutal carga de impostos, ou à triplicação do valor da prestação de casa.
Mais uma vez, nova epidemia nos veio crucifixar. Questionaram-se e questionam-se: porque é que tem que ser assim? Se até ali a banca tinha conseguido crescer e ter lucros o que é que justifica este brutal aumento?Sabemos que este problema não é só nosso, mas com o mal dos outros podemos nós.
O governo socialista que, por essa via, viu a receita crescer exponencialmente, sentiu-se de certa forma envergonhado. Ele, sem nada ter feito, vê os cofres a encheram-se dolosamente.
Decidiu apagar algumas mentes, distribuindo alguns euros, não para todos, como Costa disse, mas para alguns.
E isto de dar dinheiro resulta em beneficio da campainha socialista sempre em andamento.
Concomitantemente, o governo socialista, foi aumentando a carga fiscal, qual usurário, esmifrou impiedosamente , mais ainda, os pagantes do costume até ao tutano. As tais “ contas certas, à moda de Costa”.Um governo solidário e justo, aliviaria a monstruosa carga fiscal
Se, para os mais velhos embora sofram, não constituiu novidade, os mais novos estão atordoados e perplexos. Chegar ao fim de cada mês constitui uma tortura e a privação de bens essenciais, à mesa. Muita coisa fica para trás. Outros arreiam.
E o reflexo do que estamos a viver está espelhado nos brutais lucros de toda a banca, nas empresas de que detém as grandes superfícies comerciais, nas gasolineiras e na maquina fiscal, que bateu recorde ,entre outras.
Com tanta pancada, não admira o actual estado de atordoamento em que a dita classe-média vegeta. Trabalhamos para pagar impostos, dizem.
E da alegria, que vimos nas festas de 2022 assistimos, agora, a uma sociedade triste, sorumbática, ansiosa e depressiva, sem futuro nem poder de compra. As festas existem na mesma, mas a alegria foi-se. Não é a mesma, que o diga o homem que vende churros que me confidenciou; “este ano vende-se muito menos, a malta não tem dinheiro, está apreensiva. Deixe chegar Outubro e vai ver o tombo que isto vai dar”!
Olhando para o céu, este continua com nuvens negras e ameaçadoras. Não se vislumbra melhor horizonte.
Candemil, a 19 de Junho de 2023
José Venade
(José Venade não segue o actual acordo ortográfico em vigor)